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Isabel dos Santos exonerada da Sonangol

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Tiago Petinga / Lusa

A empresária angolana Isabel dos Santos

O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou esta quarta-feira Isabel dos Santos, filha do anterior chefe do Estado, José Eduardo dos Santos.

Esta informação já tinha sido avançada há cerca de uma semana, tendo sido desmentida entretanto.

Isabel dos Santos terá então, agora oficialmente, sido exonerada do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, com o Presidente João Lourenço a nomear para o seu lugar Carlos Saturnino, segundo fonte oficial.

A informação foi confirmada à Lusa pela Casa Civil do Presidente da República, dando conta ainda da exoneração de Carlos Saturnino do cargo de secretário de Estado dos Petróleos, para ocupar a liderança da petrolífera estatal.

No sábado, aproveitando as comemorações do 42º aniversário da independência angolana, João Lourenço alertou para os “inúmeros obstáculos no caminho” deste mandato, mas garantiu que as metas que assumiu, desde logo no combate à corrupção, são para encarar “com a devida seriedade e responsabilidade”.

“Sei que existem inúmeros obstáculos no caminho que pretendemos percorrer, mas temos de reagir e mobilizar todas as energias para que esse cumprimento se efetive nos prazos definidos”, apontou.

Apesar de, à altura, não ter mexido diretamente na petrolífera estatal, a nomeação de Carlos Saturnino para secretário de Estado dos Petróleos era já vista como um sinal de João Lourenço, tendo em conta a sua demissão, em dezembro de 2016, por Isabel dos Santos, do cargo de presidente da comissão executiva da Sonangol Pesquisa & Produção, acusado então de má gestão e de graves desvios financeiros.

“Não é correto, nem ético, atribuir culpas à equipa que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de abril de 2015 e 20 de dezembro de 2016”, respondeu na altura Carlos Saturnino, que agora tutela a Sonangol a partir do Governo.

No mesmo dia, o Ministério da Comunicação Social de Angola manda cessar de imediato “todos os contratos entre o Ministério em questão, a Televisão Pública de Angola (TPA) e as empresas privadas Westside e Semba Comunicações referentes à gestão do Canal 2 e da TPA Internacional, os quais devem retornar ou passar para a esfera jurídica da TPA”.

A Semba é propriedade dos irmãos Tchizé e Coreon Du dos Santos, que desta forma detinham o controlo de dois canais da televisão pública de Angola

// Lusa

6 Comments

  1. Eh valente!.. Todo o meu apoio contra os caciquismos, os monopólios e os corporativismos deste mundo e as privatizações desenfreadas do sector público! Não sou comunista nem socialista mas acredito num Estado com alguma força e acredito no estado social e em serviços públicos. Estado (aquilo que é das contribuintes) e sector privado devem co-existir equilibradamente… Não é um andar sempre a querer absorver o outro.

    • O problema é que o setor público por cá só serve para dar tachos aos amigos incompetentes, para roubos nas messes das forças armadas, para roubos dos paiois, para mandar vir estrangeiros e arrebanhar o máximo e faturar alto, para negociatas estranhas como é o caso da CGD e muitas outras coisas…
      Pode gostar disso. Eu não gosto.

  2. Nem a equipa de missão impossível conseguiria acabar com a corrupção em Angola, é a mentalidade dum povo, apenas se consegue mudar as caras desvie-se mais ou desvie-se menos, não é crime é a mentalidade de um povo. Daqui a 500 anos estará tudo na mesma. Se fosse 1 culpado era fácil, é mais fácil encontrar um melro branco que um Angolano que nunca corrompeu ou foi corrompido.

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