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Afinal, Isabel dos Santos poderá não sair do EuroBic e da Efacec

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Manuel Araújo / Lusa

Isabel dos Santos

As saídas de Isabel dos Santos das estruturas accionistas da Efacec e do EuroBic estão em dúvida. Isto porque, com as autoridades angolanas a terem pedido a Portugal para congelar as contas bancárias da empresária e as suas participações em negócios no nosso país, ela poderá não ter acesso ao dinheiro obtido com as vendas das suas participações.

Isabel dos Santos anunciou a venda das participações de 42,5% que detém no EuroBic e também a saída do capital da Efacec, onde é a maior accionista desde 2015. Mas os processos de venda poderão estar em causa, segundo apurou o Dinheiro Vivo, notando que as operações só vão avançar “se houver condições para que Isabel dos Santos possa movimentar os proveitos da venda” das suas participações.

Portugal congelou as contas bancárias da empresária, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, país onde tem também os seus bens arrestados.

A empresária detém participações no EuroBic e na Efacec através de empresas sediadas em Lisboa e em Malta. Mas “mesmo que o pagamento relativo à compra das suas participações possa ser feito através de contas bancárias no estrangeiro“, não é certo que os processos avancem, sublinha o Dinheiro Vivo, reparando que o Ministério Público de Angola deseja que “sejam também congeladas as participações detidas por Isabel dos Santos em empresas em Portugal”.

O Correio da Manhã avançou que a PGR de Angola pretende que o arresto dos bens da empresária seja alargado a “todos os valores mobiliários de Isabel dos Santos”, tendo já apresentado um recurso nesse sentido.

Na semana passada, a NOS e a Galp Energia revelaram as contas relativas a 2019, ficando a conhecer-se a distribuição de dividendos aos accionistas. Dos 143,5 milhões de euros em dividendos que a NOS vai distribuir, 37 milhões de euros são para Isabel dos Santos.

Da Galp Energia, a empresária vai receber 34 milhões de euros, mas o Dinheiro Vivo destaca que “a Sonangol deverá reter” essa verba.

Arguida em Angola por suspeitas de desvio de fundos públicos da Sonangol, Isabel dos Santos está a ser investigada em, pelo menos, nove processos em Portugal, segundo a SIC que aponta que estas investigações envolvem também o ex-administrador financeiro da Sonangol, Sarju Raikundalia, e a sócia da empresária angolana, Paula Oliveira.

ZAP //

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