José Sena Goulão
A atualização dos limites e a redução das taxas nos cinco primeiros escalões garantem um alívio no IRS para os trabalhadores que receberem aumentos.
A descida prevista do IRS para 2024 em Portugal promete ter um impacto significativo nos rendimentos líquidos dos trabalhadores, segundo as simulações feitas pela consultora PwC. As mudanças, que incluem a atualização dos limites dos nove escalões e a redução das taxas nos cinco primeiros, beneficiarão os trabalhadores em diversos cenários de aumento salarial.
As simulações apontam que o rendimento líquido, em geral, crescerá mais do que o rendimento bruto, independentemente do cenário. Este crescimento deve-se às mudanças no IRS, que não só refletem os aumentos salariais, mas também conferem um ganho adicional, explica o Público.
No setor privado, por exemplo, um trabalhador solteiro e sem filhos que ganhe 820 euros brutos mensais em 2023 e tenha um aumento de 3% em 2024, passará a receber 844,6 euros brutos. O rendimento líquido será de 11 660 euros, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior, superando a percentagem do aumento salarial base.
Num cenário de aumento de 5%, conforme previsto no acordo de rendimentos, o rendimento líquido subirá 6,3%, superior aos 5% do aumento base. Mesmo sem qualquer aumento salarial, os contribuintes beneficiarão da isenção total, graças ao novo “mínimo de existência”, resultando num ganho líquido de 3,6%.
Na administração pública, os funcionários também sentirão efeitos positivos. Os trabalhadores com salários correspondentes a escalões da Tabela Remuneratória Única terão variações salariais diferenciadas, que foram simuladas pela PwC.
Por exemplo, um trabalhador no segundo degrau mais baixo, com um salário atual de 817,22 euros, terá um aumento de 6,4% em 2024. O rendimento líquido passará a ser de 11.845 euros, um aumento de 7,1%. Os funcionários que recebem 1912,31 euros brutos e terão um aumento de 3% terão uma valorização líquida de 5,3%.
