Irão está a testar “drones suicidas” durante exercícios militares e deixa avisos aos EUA e a Israel

Hossein Zohrevand / Wikimedia

Hossein Salami e Mohammad Bagheri em 2016

Há vários anos que os drones são a arma de eleição do Irão e o exército do país está a continuar a aposta nos aviões não pilotados. A Guarda Revolucionária deixou avisos aos EUA e a Israel sobre eventuais ataques.

Segundo o chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o país usou “drones suicidas” durante as recentes manobras militares “Grande Profeta 17”, que têm sido levadas a cabo na região do Golfo Pérsico.

Em declarações à imprensa, Hossein Salami revelou que foram usados de forma “efectiva” vários “drones suicidas e ofensivos” e que as forças iranianas colocaram minas em objectos móveis. Foi também testado um carro de combate de fabrico nacional e a coordenação entre as diferentes forças, cita o Público.

Salami nota que os objectivos destes exercícios incluem, para além dos drones, a “identificação de que são novos componentes do nosso poder ofensivo no solo, o uso efectivo de helicópteros ofensivos e o disparo de mísseis e rockets de várias distâncias”.

A Guarda está também a apoiar-se mais em tácticas agressivas e no uso destes drones. Já há vários anos que os drones iranianos são usados na região e vão continuar a ser a arma de eleição do país em possíveis conflitos futuros, segundo os media do país. Os grupos pró-Irão do Houthis, Hamas ou Hezbollah estão também a beneficiar com este investimento do país nos drones.

Os testes “Grande Profeta 17” arrancaram na segunda-feira e vão prolongar-se até sábado no sul do Irão, numa área que inclui as províncias de Hormozgán, Juzestan e Bushehr, onde fica a única central nuclear do país.

O general Gholamali Rashid avisou os Estados Unidos e Israel no início dos exercícios militares contra qualquer ataque. “Qualquer ameaça ao programa nuclear ou às bases militares do Irão por parte do regime sionista não é possível sem a ‘luz verde’ e o apoio dos EUA”, afirmou.

Já Tomer Bar, o próximo comandante da Força Aérea israelita, revelou que as forças israelitas têm capacidade de bombardear as instalações nucleares do Irão se tiverem ordem para isso.

Recorde-se que o Irão deixou de cumprir os requisitos no acordo nuclear de 2015 depois de Donald Trump ter unilateralmente rasgado o acordo. Mesmo assim, Teerão já se mostrou disponível para regressar às negociações caso os EUA retirem as sanções impostas e voltem a cumprir que ficou acordado.

ZAP //

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