O Irão, aliado do regime sírio de Bashar al-Assad, condenou “firmemente” os ataques norte-americanos a milícias pró-iranianas na Síria, considerando que podem “intensificar os conflitos” na região.
Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Said Khatibzadeh, o Irão “condena firmemente os ataques ilegais pelas forças norte-americanas nas regiões do leste da Síria, em violação flagrante dos direitos humanos e do direito internacional”.
Estes ataques, por iniciativa “da nova administração norte-americana, arriscam intensificar os conflitos e desestabilizar mais a região”, acrescentou.
As Forças Armadas norte-americanas realizaram ataques aéreos contra milícias pró-iranianas, na madrugada desta sexta-feira, matando 22 combatentes, de acordo com uma organização não-governamental.
Esta foi a primeira operação militar ordenada pela Administração de Joe Biden, em retaliação por ataques contra interesses norte-americanos no Iraque, no meio de uma escalada de tensão entre Washington e Teerão, que mantêm divergências sobre o programa nuclear iraniano.
Entretanto, em declarações aos jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o Presidente quis “enviar uma mensagem clara de que agirá para proteger os norte-americanos. E, quando houver ameaças, tem o direito de agir quando e como quiser”.
Segundo os Estados Unidos, os ataques tiveram como alvo “múltiplas infraestruturas localizadas num posto de fronteira usado pelas milícias apoiadas pelo Irão“, no leste da Síria, na fronteira com o Iraque, visando fações iraquianas que integram a poderosa coligação paramilitar de Hachd al-Chaabi.
A operação norte-americana “foi autorizada em resposta a ataques a militares norte-americanos e da coligação no Iraque” disse o Pentágono, referindo-se à coligação internacional contra o Estado Islâmico, liderado pelos Estados Unidos e com presença no Iraque e na Síria.
Segundo o jornal Público, os ataques acontecem quase duas semanas depois de um ataque contra a principal base militar no aeroporto de Erbil, no Iraque, em que morreu um funcionário civil de uma empresa privada e nove pessoas ficaram feridas, incluindo um soldado dos EUA.
O diário acrescentou que, dias depois, as bases norte-americanas em Bagdade também foram atingidas por rockets, incluindo edifícios na chamada Zona Verde.
ZAP // Lusa