iPhone 6: o que é rumor e o que é facto?

B!T

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Com o iminente lançamento da nova geração do smartphone da Apple, muita especulação circula na imprensa. A última é sobre o tamanho da tela do aparelho. Mas, de facto, pouco se sabe.

Talvez pelo hiato causado pela morte de Steve Jobs ou mesmo pelo próprio sucesso, a Apple acabou por deixar os seus smartphones um pouco de lado. No entanto, a experiência diz-nos que quando um produto parece estagnado, esquecido, a Apple… “lembra-se”. Foi assim com o MacBook Air, MacBook Pro Retina e até com o iPod. O próximo na fila parece ser o iPhone.

Processador para estar mais atento

O processador do iPhone 5S é primoroso. Primeiro chip de 64 bits a aparecer em um smartphone, o A7 Cyclone é quase duas vezes mais poderoso que o do iPhone 5. Um coprocessador assegura apenas os sensores do aparelho, limitando o consumo de energia e deixando o gadget sempre atento.

O Moto X da Motorola também já faz o mesmo, com um coprocessador dedicado apenas aos sensores e ao reconhecimento de voz. E é precisamente isso que falta ao iPhone: ouvir sempre o que é dito, permitindo que o utilizador interaja sem precisar apertar nenhum botão. Seguramente, esse é o próximo passo para o iPhone 6, já que a Siri, a assistente digital do aparelho, funciona muito bem.

Mas, além do processador, o iPhone precisa rapidamente de mudanças.

Ecrã maior e melhor, mas não curvo

O ecrã do iPhone, que ao lançar a maior densidade de pontos do mercado (o chamado ecrã retina) deixou a concorrência para trás, hoje é risível. A Apple demorou muito para adotar um ecrã widescreen (que só apareceu no iPhone 5) e ainda insiste em apenas 4 polegadas, num mercado inundado por telas maiores.

Segundo os últimos rumores, o novo iPhone terá pelo menos dois tamanhos de tela: 4,7 e 5,5 polegadas. O primeiro tamanho colocaria o iPhone em condições de igualdade com concorrentes. O segundo é um ataque direto contra a Samsung e seu Galaxy Note. Um smartphone grande, quase um tablet, seria o elo de ligação entre o iPhone e o iPad Mini. Uma vez que o mercado tem aceitado bem esse tipo de híbrido, faz sentido a Apple marcar território.

Uma tecnologia de tela curva dificilmente seria viável, pois o custo ainda é proibitivo. A distorção óptica causada pela curvatura também complica tudo, pois a densidade de pontos precisa ser gigantesca para compensar o desvio da luz. E o principal: as telas curvas podem ser muito frágeis.

Materiais inovadores

Além da tela, o grande salto evolucionário do iPhone deverá ser nos materiais com que é fabricado, uma área em que a Apple tem um historial marcado pela ousadia. Plástico translúcido, alumínio colorido e vidro são alguns dos materiais que colocaram a Apple na vanguarda industrial.

A Apple tem comprado grandes quantidades de matéria prima para fabricar cristais de safira. O cristal de safira é usado em relógios de luxo, nas lentes das câmaras do iPhone e no sensor biométrico do 5S. Muito resistente a riscos, o cristal de safira resolveria o problema de fragilidade do iPhone. Quem nunca viu um smartphone da Apple estilhaçado?

Se dominar o processo produtivo a preço competitivo (o cristal de safira é caro, mais que o famoso Gorilla Glass), a Apple teria um trunfo nas mãos, pois melhoraria ainda mais a percepção de valor do seu produto. Até porque esse o cristal de safira é uma aposta certa no futuro iWatch.

Liquid Metal

O próximo passo seria o material estrutural do aparelho. A Apple saiu na frente com o alumínio, e o iPhone 6 é a oportunidade perfeita para estrear um novo material: o Liquid Metal, uma liga metálica única, muito leve e resistente.

Diferente do alumínio, que pode ser amassado, o Liquid Metal reúne as vantagens do alumínio com a resistência mecânica do titânio. Trocando em miúdos, dá para fazer um aparelho incrivelmente fino com o material, que não se deforma por torção nem queda. E, diferente do titânio, que é muito caro, o Liquid Metal tem custo aproximado ao do alumínio.

Aí vem o segredo que marca o sucesso da Apple: a empresa garantiu direitos exclusivos de utilização do material patenteado, que pode inclusive ser impresso em 3D. Com um ponto de fusão relativamente baixo e comportamento singular – o Liquid Metal é leve e pode ser injetado como plástico, ganhando resistência ao arrefecer – essa seria a escolha ideal para uma nova geração de gadgets.

A Apple já experimentou o material na ferramenta de abertura da entrada do cartão SIM do iPhone. Com a preparação certa, seria viável uma linha de produção 3D avançada, criando um chassis capaz de acomodar componentes de um modo único. O corpo do aparelho poderia ser peça uma inteira, sem emendas, parecido com o que vemos no iPad Air.

Recorde-se que a Samsung continua firme na competição pelo mercado. O Galaxy S5 foi radicalmente melhorado em relação aos anteriores, em especial na resistência, um atributo cada vez mais exigido pelos consumidores.

Um iPhone com Liquid Metal, ultrafino, muito resistente e com vidro de alta performance seria a resposta ideal da Apple à investida sul-coreana. Agora é esperar o anúncio oficial.

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