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Investigadores dos EUA chegam ao Haiti para ajudar no caso do homicídio de Moïse

Alex E. Proimos / Flickr

Uma equipa de investigadores do Governo norte-americano chegou ao Haiti para ajudar na investigação do assassinato do Presidente Jovenel Moïse.

Segundo o The New York Times, a Casa Branca e o Pentágono estão ainda a rever o pedido do Governo haitiano, que pediu auxílio militar aos Estados Unidos e às Nações Unidas.

O objetivo é garantir a segurança em locais estratégicos, por temerem que infraestruturas vitais, como portos, aeroportos, terminais petrolíferos e o transporte de produtos petrolíferos, fossem alvo de distúrbios.

No entanto, à Fox News, John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, anunciou que uma equipa de agentes do FBI e funcionários do Departamento de Segurança Interna irá ajudar na investigação do crime.

“Penso que é aqui que as nossas energias são mais bem aplicadas neste momento”, disse.

O diário norte-americano escreve que a equipa de sete funcionários norte-americanos – do Conselho Nacional de Segurança, do Departamento de Estado, da Administração de Segurança dos Transportes, investigadores do FBI, do Departamento de Justiça e do Departamento de Segurança Interna – chegou este domingo ao Haiti.

“Não sei se estamos num ponto em que possamos dizer definitivamente que a nossa segurança nacional está a ser posta em risco pelo que lá se passa. Mas é evidente que valorizamos os nossos parceiros haitianos. Valorizamos a estabilidade e a segurança naquele país”, acrescentou Kirby.

A Lusa também avança que uma delegação dos Estados Unidos aterrou em Porto Príncipe para se reunir com os três políticos que disputam o poder do Haiti.

Uma fonte diplomática confirmou à EFE a realização da viagem da delegação norte-americana, mas não esclareceu a respetiva agenda, nem se estão equacionadas sessões com quem está na linha de sucessão, como o primeiro-ministro interino, Claude Joseph, o senador Joseph Lambert e o primeiro-ministro designado, Ariel Henry.

No sábado, o Senado haitiano nomeou Lambert, atual chefe da Câmara Alta, como Presidente interino do Haiti e negou a autoridade de Joseph, que se encontra no poder desde quarta-feira.

A resolução foi subscrita por oito dos 10 senadores ativos e prevê que Lambert assuma o cargo de chefe de Estado até 7 de fevereiro de 2022, data em que terminaria o mandato do seu antecessor, visando criar um Governo com a missão de organizar eleições.

Nos seus considerandos, a resolução afirma que Claude Joseph não pode exercer as funções de primeiro-ministro desde segunda-feira, quando Jovenel Moïse nomeou para o cargo, por decreto, Ariel Henry, que não foi empossado devido à morte do ex-Presidente.

Após o assassinato, Claude Joseph foi colocado no comando do Governo, apoiado pela polícia e pelo exército, e recebeu o apoio explícito para exercer estas funções da Organização das Nações Unidas (ONU), dos Estados Unidos e de outros países.

O Senado é o único órgão do país com funcionários eleitos, mas desde janeiro de 2020 esta câmara legislativa não tem poderes para tomar decisões devido à falta de quórum.

A Câmara dos Deputados e dois terços do Senado deveriam ter sido renovados em 2019, mas as eleições foram adiadas devido à instabilidade política que o país atravessava na altura, o que levou ao encerramento da legislatura.

O assassínio do presidente haitiano, morto na sua residência, destabilizou ainda mais o país mais pobre do continente americano e levou o Governo haitiano a declarar o estado de sítio por um período de 15 dias.

ZAP // Lusa

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