Inversão faz aumentar casos e pode adiar decisão de eliminar máscara

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Se a subida do número de novos casos diários de covid-19 for muito acentuada, pode atrasar o atingir da meta para o último levantamento de restrições.

Se há uma semana se esperava uma estabilização no número de novas infeções, que iria entre as cinco mil e as 10 mil, hoje já se verifica uma inversão da tendência devido a um novo ressurgimento de casos.

Carlos Antunes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, explicou ao Diário de Notícias que tal se deve ao “impacto da variante BA.2, que já é dominante com 76,2% dos casos, à reabertura do segundo semestre nas faculdades e também ao Carnaval”.

A tendência de subida deverá continuar. Aliás, dentro de duas semanas, Portugal pode voltar a atingir mais de 20 mil casos diários de covid-19.

Esta subida não acarreta, para já, a necessidade de introduzir alterações na estratégia de Saúde Pública. “O que está em causa é a necessidade de se manter a situação de alerta em relação à vigilância epidemiológica da infeção e, eventualmente, adiar-se a data da decisão para suprir o uso de máscara obrigatória em espaços fechados”, salientou Carlos Antunes.

Esta quarta-feira, o país registou 14 595 novos casos. “Já não podemos falar de uma fase de estabilização em relação ao número de casos, porque o que se está a assistir é a uma nova onda epidemiológica, provavelmente, acreditamos nós, com menor impacto da que a anterior”, acrescentou o especialista.

Ao Público, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes explicou que o volume de pessoas que está propensa a infeção continua a ser elevado, o que, com a presença de uma linhagem mais contagiosa, faz disparar os contágios.

“Vamos ter aqui uma espécie de montanha-russa, mas em que cada um dos picos da montanha vai ser inferior ao pico anterior. A dinâmica das subidas e descidas é a maneira como nós, humanos, nos expomos ao vírus”, disse.

Tanto Manuel Carmo Gomes como o matemático Óscar Felgueiras entendem que as mortes por covid-19, que por norma registam um atraso em relação à subida de casos, poderão, se a subida for muito acentuada, pôr em risco a data apontada para conseguir atingir a meta que dita o último levantamento de medidas restritivas.

Recorde-se que, no mês passado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) apontou o dia 3 de abril como a data em que o país poderia levantar todas as restrições relacionadas com a pandemia de covid-19.

ZAP //

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