Uma mulher beneficiária do Rendimento Social de Inserção (RSI), residente em Abrantes, queixa-se de lhe ter sido retirado o apoio após ter publicado no Facebook que iria viajar.
“Eu nunca saí do país, nem podia andar devido ao estado físico em que me encontro. Vivo em casa dos meus pais, tenho dois filhos menores, fiquei sem trabalho devido a um acidente, e agora a Segurança Social tira-me os 285 euros de Rendimento Social de Inserção (RSI) por causa de uma brincadeira no Facebook. É uma injustiça muito grande”, disse Maria Conceição à Lusa .
A mulher, de 39 anos, conta que esteve entre Junho e Outubro nos hospitais de Abrantes e Tomar a recuperar de um acidente de viação, com duas intervenções cirúrgicas à perna direita, tendo decidido partilhar com os amigos, no dia 31 de Outubro, e através da rede social Facebook, a “alegria por finalmente ir tirar os parafusos à perna e iniciar o período de reabilitação”.
“Estou no aeroporto de Lisboa a viajar para a Suíça“, escreveu na sua página pessoal, fazendo acompanhar o comentário com uma imagem de uma mulher em cima de várias malas de viagem.
Duas semanas mais tarde, no dia 14 de Novembro, em documento a que a Lusa teve acesso, a Segurança Social escreve a Maria Conceição informando-a da cessação do RSI, alegando a alínea a do artigo 22.º, ausência do país.
Maria recorreu, protestou e encaminhou documentos, atestados médicos e fotografias a comprovar onde esteve durante o período em causa.
Apesar dos argumentos de Maria da Conceição, a Segurança Social de Santarém manteve a mesma leitura dos factos: “analisada a resposta apresentada, a proposta de decisão foi mantida. Deixaram de se verificar os requisitos e condições de atribuição, a alínea a) do artigo 22.º – ausência do país”, pode ler-se no documento.
“Agora pediram-me para juntar uma declaração do presidente da junta de freguesia de Rossio ao Sul do Tejo a certificar que eu nunca tinha saído do país”, acrescentou, adiantando que a declaração da junta de freguesia “já seguiu” para o Instituto da Segurança Social “a par de uma reclamação por escrito” a explicar porque publicou aquele comentário na rede social.
Luís Alves, presidente da junta da União de Freguesias de Rossio e São Miguel, confirmou à agência Lusa ter “passado o documento a certificar que Maria reside na localidade há, pelo menos, dois anos”.
A agência Lusa solicitou esclarecimentos ao Instituto da Segurança Social, em Lisboa, mas não obteve resposta até ao final da tarde de hoje.
ZAP / Lusa
Boa!
Quando sair a subscrição para acabar com o “feice”, sou menina para dar 5.000 euros.
As pessoas partilham as suas vidas com todos conhecidos e desconhecidos e depois queixam-se de quê? Para a proxima brinque a dizer que vai por uma bomba, fica sem o rsi na mesma mas pode ganhar uma estadia numa colonia penal
Acabar… só usa quem quer e só vê quem quer. Ninguém é obrigado a usar e por isso não podemos querer acabar com o “Face”. A seguir acabamos com os clubes que não forem da maioria. As pessoas é que têm de perder a mania de coscuvilhar a vida dos outros e falar sobre tudo o que se passa na deles com o mundo… Mas isso sou eu que penso assim…
Deveria-se averiguar se de facto comprou bilhete de avião. Se comprou foi muito bem tirado. Alias deveria repor tudo o que recebeu
Joaquim, o teu comentário é muito rude. Por alguma razão esta cidadã foi atribuída o apoio designado RSI. O que está em causa é a liberdade que uma pessoa tem de brincar ou sonhar, ou mesmo fazer planos e partilhar isso na sua página do “feice” ou do “haifaive”. Uma instituição pública a bisbilhotar assim a vida de um cidadão é para mim um crime. Trata-se de autêntica perseguição (prática semelhante à da PIDE)…
O meu dinheiro e o de todos os contribuintes serve para apoiar quem realmente precisa.
Acho muito bem que o Estado (todos nós!) verifique se esse dinheiro é bem empregue. Todos nós conhecemos casos de beneficiários do RSI que andam a brincar com o nosso dinheiro, a gastá-lo em pequeno-almoço no cafezinho da esquina e etc e tal.
Os meus parabéns a quem vigia e atua.
Acho estranho a SS ter descoberto por causa de um post no Facebook. Não sabia que as rede sociais serviam para provar seja o que for. É a mania de meterem o nariz onde não são chamados e tirarem conclusões erradas e fora de contexto.
É uma pena que a maioria das pessoas nem se preocupa em verificar se a Seg. Social teve razão ao tirar o apoio… Por alguém ser pobre, parte-se logo do princípio de que é predisposto à agir de má fé. É pena caros concidadãos, é uma pena…
O que se passa com a SS (olha a coincidência….) tem a ver com um Estado pidesco e que fomenta atitudes de bufos, como se chamava dantes, ou chibos, que muito provavelmente recebem um benefício qualquer. Se a mulher tiver possibilidade meta o Estado português em tribunal por lhe retirar o subsídio sem provas. O Sócrates deixou uma grande escola.