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Inundações fatais nos Himalaias podem estar ligadas a um dispositivo nuclear da CIA perdido

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Rajat Gupta / EPA

Na semana passada, uma avalanche de água e lama provocada pelo colapso de um glaciar dos Himalaias deixou dezenas de mortos ou desaparecidos e destruiu casas, pontes e duas centrais hidroelétricas.

Os cientistas que estudam imagens de satélite e outros dados defendem que o desastre terá sido provocado pela combinação de deslizamento de rochas e uma avalanche nos altos picos glaciais da região, que podem ter sido estimulados pelo aquecimento global.

No entanto, de acordo com a Forbes, alguns moradores da região sugerem que a tragédia pode estar ligada à atividade humana de natureza diferente e mais clandestina.

Segundo os locais, as águas da enchente e os destroços foram acompanhados por um cheiro forte no ar. Como resultado, alguns traçaram uma ligação a uma expedição notória ao cume da vizinha Nanda Devi – o pico mais alto contido completamente dentro das fronteiras da Índia – há mais de meio século.

Em 1965, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) uniu-se às forças indianas para instalar um dispositivo de vigilância movido a energia nuclear no topo do pico a fim de manter o controlo sobre a China.

A expedição enfrentou uma tempestade de neve na montanha e foi forçada a voltar, escondendo o dispositivo movido a plutónio numa fenda de onde poderia ser recuperado mais tarde. No entanto, acredita-se que a bomba nuclear tenha caído montanha abaixo num deslizamento de terra e nunca mais foi vista.

Agora, os moradores temem que o dispositivo há muito perdido possa estar ativo e a emanar calor suficiente para derreter as toneladas de neve e gelo.

“Se o dispositivo estiver enterrado sob a neve em algum lugar da área e irradiar calor, é claro que haverá mais derretimento da neve e mais avalanches”, disse Sangram Singh Rawat, em declarações ao Times of India.

No entanto, o líder indiano da expedição, o conhecido montanhista Capitão Mohan Singh Kohli, disse que era “muito improvável que o dispositivo emanasse calor ou explodisse”, mesmo que a caixa que o protege fosse violada, uma vez que não pode ser ativado por conta própria.

“O dispositivo provavelmente está preso entre os glaciares. Por estar imóvel, deve estar em estado dormente”, explicou o veterano da Marinha da Índia. “Passámos três anos a tentar a rastreá-lo. Não há como desencadear qualquer incidente indesejável, pois o instrumento também precisa de outros componentes para estar totalmente operacional”.

Enquanto isso, as autoridades estão de olho num novo lago que se formou desde as enchentes, levantando preocupações de que outra inundação possa ameaçar novamente os moradores a jusante nas mesmas regiões que foram atingidas na semana passada.

Maria Campos, ZAP //

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