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Curados da covid-19 continuam com sintomas meses depois de terem contraído o vírus

(dr) Envato Elements

Um estudo da Universidade de Oxford indica que 64% dos pacientes hospitalizados com o novo coronavírus apresenta falta de ar 2 a 3 meses depois de serem infetados. E quase 40% tem sintomas de depressão.

Já se sabia que a covid-19 traz sintomas imediatos aos infetados, o que não se sabia é que o vírus também tem efeitos a longo prazo.

Um estudo da Universidade de Oxford mostra que muitos dos pacientes que são internados com o novo coronavírus continuam a ter sintomas da doença mesmo depois de realizarem um teste que teve resultado negativo. Esses sintomas passam por falta de ar ou cansaço, ansiedade e até mesmo depressão.

Numa pré-publicação divulgada este domingo, cientistas de Oxford detetaram ainda anomalias em vários órgãos e inflamações persistentes em curados da covid-19. Dois a três meses depois de receberam alta hospitalar, 64% dos pacientes que participaram no estudo sentiram falta de ar, e 55% disse ter sentido cansaço generalizado.

O estudo revela que indivíduos que foram hospitalizados devido à covid-19 também vêm aumentar a sua probabilidade de apresentarem sintomas de média ou grave ansiedade (de 10% para 35%) e de depressão (17% para 39%).

Os números mais problemáticos dizem respeito a anormalidades observadas em múltiplos órgãos. Mais de metade dos pacientes estudados (cerca de 60%) apresentou anomalias nos pulmões após a infeção, enquanto 29% mostraram problemas nos rins, 26% no coração e 10% no fígado. Os cientistas concluíram ainda que a infeção veio diminuir a tolerância de pacientes com covid-19 para a prática de exercício físico.

De acordo com a revista Sábado, na pesquisa foram inseridos 58 pacientes internados com covid-19, com idade média de 55 anos. Destes, 21 precisaram de ser internados nos cuidados intensivos devido à doença.

Já tinham sido conhecidos casos em que os sintomas da covid-19 continuam meses a persistir depois do diagnóstico, mas não existem estudos sobre os efeitos a longo prazo da doença que permitam quanto tempo estes podem estar presentes.

Em setembro foi conhecido o caso de Charlie Russel, de 27 anos, que havia sido infetado pelo novo coronavírus em março. Desde então, o jovem britânico teve sempre dores no peito, dores de cabeça constantes, falta de ar, tonturas e cansaço constante.

ZAP //

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