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Inteligência artificial da Google consegue vencer jogo impossível

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Investigadores da Google DeepMind, a empresa de investigação em inteligência artificial (IA) da Alphabet, anunciaram esta quinta-feira a criação de um sistema de IA que venceu um jogador profissional de Go.

O antigo jogo de tabuleiro chinês é, teoricamente, um dos jogos mais difíceis para os computadores, devido ao grande número de movimentos possíveis que um jogador pode fazer num determinado ponto – pelo menos até agora.

Os resultados da investigação foram publicadas na revista Nature.

Enquanto ganhar ao xadrez ou às damas pode parecer uma tarefa complicada, os computadores são capazes de mapear as consequências de cada movimento possível, e escolher o mais provável para levá-los a ganhar o jogo.

Este estilo de processamento, às vezes chamado de computação por “força bruta” – quando o computador ganha por apenas ter uma velocidade de computação tão rápida quanto for possível -, não iria funcionar para o Go.

“Há mais configurações no tabuleiro do que há átomos no universo“, compara Demis Hassabis, CEO da Google DeepMind, num vídeo divulgado pela Nature. Isto significa que mesmo o supercomputador mais rápido não seria capaz de trabalhar através de cada resultado possível para cada possível movimento no tabuleiro de forma razoável.

Em vez disso, um sistema informático precisaria trabalhar mais como um ser humano – e eis que surge o AlphaGo.

Computador com instinto

Ao jogar Go, os jogadores escolhem frequentemente os movimentos porque “parecem certos” – o que não representa a forma como um programa de computador funciona, explica Hassabis.

A solução da DeepMind foi construir duas redes neurais e dois sistemas de computador que foram modelados de acordo com o cérebro humano, podendo ser treinados em grandes conjuntos de dados para executar determinadas tarefas com base no conhecimento que foi acumulado.

Uma das redes, chamada de “rede de valor“, avalia as posições do computador no tabuleiro, enquanto a outra, uma “rede política“, decide para onde ir. Em vez de avaliar cada movimento possível, este seleciona alguns movimentos que identifica como potenciais boas jogadas.

Em outubro de 2015, a DeepMind convidou o atual campeão europeu de Go, Fan Hui, para jogar contra o seu computador. O editor sénior da Nature, Tanguy Chouard, estava presente quando o AlphaGo enfrentou Fan Hui e desempenhou um papel de moderador no jogo.

O AlphaGo venceu Fan Hui em cinco jogos seguidos. Os investigadores da DeepMind afirmam no seu estudo que o AlphaGo “avaliou milhares de vezes menos posições do que o Deep Blue fez na sua partida de xadrez contra Kasparov”.

“Foi um dos momentos mais emocionantes da minha carreira”, disse Chouard numa conferência de imprensa no início desta semana.

O AlphaGo vai enfrentar o atual campeão mundial de Go, Lee Sedol, na Coréia, em março.

Próximo passo da inteligência artificial

O AlphaGo teve uma taxa de vitória de 99,8% contra outros programas de simulação do Go, assim como ao bater Hui – e é provável que fique mais forte quanto mais experiência tiver.

“Os seres humanos têm pontos fracos. Ficam cansados ​​quando jogam um jogo muito longo, e podem cometer erros”, explicou Demis Hassabis. “Temos uma limitação em termos do número real de jogos de Go que somos capazes de processar numa vida. O AlphaGo poderia jogar milhões de jogos todos os dias”.

A Google não é a única empresa ou instituição de investigação que tem trabalhado na resolução do problema Go. No entanto, até hoje, os cientistas só tinham sido capazes de criar sistemas que conseguiam bater um ser humano com alguns movimentos de vantagem.

Em dezembro, um proeminente investigador de inteligência artificial, Rémi Coulom, que passou anos a tentar decifrar o jogo – e chega a ser citado na pesquisa da DeepMind -, disse à Wired que esperava que alguém conseguisse superar o jogo nos próximos dez anos. A Google, afinal, só precisou de mais um mês para anunciar o feito.

Para não ser ofuscado pelo concorrente, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, publicou esta manhã que os investigadores de IA da sua empresa também estão muito perto de vencer o jogo.

David Silver, investigador da DeepMind, afirma que com prática e processamento suficientes é provável que o AlphaGo possa jogar Go a um nível que nenhum ser humano jamais poderá atingir.

Hassabis afirma que jogos como Go representam trampolins perfeitos para os investigadores chegarem ao caminho para potencialmente criar algo que poderia ser considerado um verdadeiro sistema de inteligência artificial.

Com esta conquista – que era um dos “grandes desafios” na investigação de inteligência artificial -, a Google dá credibilidade à ideia de que uma inteligência artificial verdadeira e de propósito geral pode ser possível.

“O AlphaGo finalmente chegou a um nível profissional a jogar Go”, lê-se no artigo da DeepMind, “dando-nos esperança de que se possa alcançar um desempenho ao nível humano em outros domínios de inteligência artificial aparentemente inalcançáveis”.

HypeScience

2 Comments

  1. Porque é que a porcaria da Inteligência Artificial é tão importante para esta gente?! Não aprenderam nada com o Terminator!? Deixem eles começarem a ficar independentes que logo veem…Deus queira que não.
    Corey Goode – muita informação recente sobre Artificial intelligence
    Elon Musk – “artificial intelligence is our biggest existential threat “

  2. Primeiro, as coisas são sempre desenvolvidas com o propósito militar, guerra, é o que eles pensam logo. As pessoas vêm depois.
    Ainda por cima com a falta de emprego que há no mundo para as pessoas,que nem condições têm para sobreviver, vão substituir as pessoas nas suas tarefas?! Claro que não!
    As estratégias de guerra vêm em primeiro lugar! É TUDO feito desta forma!! E quando as máquinas acharem que os humanos são um perigo a abater, não há cá protocolos que nos salvem. AI controla todas as máquinas.

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