“Há um risco sério de instabilidade e ingovernabilidade no pós-eleições”

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António Cotrim / Lusa

O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes

No seu habitual espaço de comentário, Luís Marques Mendes, põe em cima da mesa vários cenários pós-eleitorais, ao mesmo tempo que admite que “há um risco sério de instabilidade e ingovernabilidade”.

Ainda assim, embora saiba que a maioria absoluta não agrada aos “partidos dos extremos”, o comentador da SIC aponta para o facto de essa ser uma “solução democrática e legítima” e aquela que “melhor garante” os objetivos. “A maioria absoluta para o interesse nacional do país é aquela [solução que], tendo defeitos, é a que tem mais vantagens”, assegura, citado pelo Observador.

Na sua perspetiva, a maioria absoluta significaria “um governo estável e de quatro anos; um governo com tempo e condições para reformar e um governo sem desculpas para não governar”, acrescentando ainda que “a opção é entre uma maioria absoluta e um governo ‘provisório’.”

Relativamente a um novo acordo à esquerda, Marques Mendes lembra que o PCP  pôs de parte esta solução com o chumbo do Orçamento do Estado e “não ressuscita em 2022”.

Porém, reforça que o bloco central seria uma “má solução para o PS” porque “divide o partido”. Marques Mendes considera que seria “ainda pior para o PSD”, nomeadamente porque “abre uma autoestrada para o Chega”.

Num cenário de maioria absoluta, sendo aquele que Marques Mendes diz garantir “mais estabilidade e governabilidade”, é “difícil de alcançar pelo PS” e “ainda mais difícil para o PSD”. No entanto, volta a alertar, “a bipolarização eleitoral entre PS e PSD favorece este cenário”.

Já a opção de um governo minoritário, em que o Governo “faz acordos na Assembleia da República caso a caso”, é vista pelo Conselheiro de Estado como uma “solução instável” e “tem o risco de eleições de dois em dois anos”. Ainda assim, “é o cenário mais provável.

Numa altura em que as eleições estão à porta, Marques Mendes fez ainda uma análise às entrevistas de António Costa e Rui Rio. O comentador elogiou a preparação de ambos para depois fazer algumas críticas.

António Costa não se apresenta como um líder que tem um projeto de transformação do país, mas sim como um primeiro ministro apenas com a preocupação de se manter no poder”, destacou.

Quanto ao líder do PSD, o comentador considera que também a sua entrevista foi “bem pensada e preparada”, mas enaltece duas “fragilidades“: o presidente do PSD não querer debates e “não querer fazer campanha interna”.

Casos dos Comandos

Depois do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, ter ocultado a investigação às mais altas figuras do Estado, o comentador considera que este deve ser afastado da vida política.

Para Marques Mendes a história está mal contada, ao ponto de lhe “custar imenso, imenso, acreditar” que o ministro da Defesa tenha tido “uma falha destas”.

O facto de ter alegado que a informação estava em segredo de justiça, para Marques Mendes é “desculpa de mau pagador” e “uma mentira pegada” já que se Gomes Cravinho não podia dizer ao primeiro-ministro também não podia informar as Nações Unidas, coisa que disse ter feito por os militares em causa serem membros do contingente da ONU na República Centro-Africana, escreve o Expresso.

É “grave e deve ter consequências” e o ministro “já devia ter tomado a iniciativa de se demitir”, defende

O antigo líder do PSD sublinha que este é um “caso político” e reforça que Gomes Cravinho devia demitir-se. Cravinho “só tem uma saída: demitir-se ou ser demitido”.

Terceira dose da vacina

Portugal está a assistir a um novo aumento dos casos de covid-19 e as autoridades estão a começar a ficar preocupadas.

Marques Mendes destacou que a vacinação “já começou a acelerar mas tem de acelerar ainda muito mais porque é essencial que cheguemos ao Natal com os mais idosos, todos acima de 80 anos, vacinadas com a terceira dose”.

Ao seu espaço de comentário, o antigo líder do PSD trouxe alguns gráficos para reforçar a ideia de que, neste mesmo dia há um ano, com confinamento mas sem vacina, os números de casos e mortes eram muitíssimo superiores aos de hoje. “As nossas autoridades de saúde têm de deixar-se de coisas laterais, discutir se o vice-almirante Gouveia e Melo volta ou não volta, têm de concentrar os esforços na vacinação”, realçou.

ZAP //

 

 

6 Comments

  1. O problema de Portugal é que os governantes nunca pensaram no povo, mas sim numa forma de criar uma democracia que defende o interesses deles.
    Este tipo de solução de maioria absoluta apenas favorece os políticos, que é o que na verdade todos os partidos querem.
    Portugal precisa ser uma republica representativa, aonde os interesse da nação são defendidos e o povo representado. Só assim o povo poderá efetivamente ser responsabilizado pelos governantes que elege e fazer com que o “prestar de contas” dos políticos seja efetivo, isto é, se não estão ao nível da governação devem ser subsistidos.
    Mas isso nunca acontecer (pelo menos como as coisas estão agora!), fazendo com que o pais mais cedo ou mais tarde se torne ingovernável, dando origem a uma “ditadura” imposta pela UE.
    Mas… não será já o caso?

  2. Vai ser difícil a decisão de voto para os militantes Sociais Democratas e para os comunistas, por lado dos militantes do PSD e até do CDS tem o problema do Líder e os empresários que gostam e precisam de Paz, o líder porque o PSD corre o risco de levar com a tropa Passos Coelho de tão triste memória para todos, o Rangem com as tropas de Passos Coelho não auguram nada pacifico para o ambiente empresarial, Já os Comunistas tropas fieis dos Partidos BE e PCP sentem agora a necessidade de cornear o partido, contra a vontade, mas destroçados pelas decisões e politicas durante a geringonça sentem-se traídos e prejudicados por sentirem que os seus partidos puseram á frente os interesses partidários dos interesses dos seus militantes, sofrerá mais o PCP porque é uma franja muito obediente que deixou durante 6 anos de ouvir falar em trabalhadores, era só funcionários públicos, funcionários públicos, Médicos enfermeiros, professores, voltando agora á porta de eleições a ouvir falar em Trabalhadores, até já estranham, depois temos aquela enorme cota de Pessoas idosas fieis ás extremas de direita e de esquerda, que viram as suas vidas prejudicadas com o derrube do Governo, sentem as Reformas adiadas e a esperança que o PS ganhe as eleições para ter as suas reformas com retroatividade e restantes melhorias que esperavam e ficaram adiadas, na área do PSD ainda existe os beneficiários dos abonos de família e alargamento nos escalões do IRS, não será de estranhar por todos estes motivos que o PS obtenha a necessária maioria absoluta, já que a própria sociedade vê necessidade que isso aconteça, acha que é mesmo necessário punir todos os Partidos Políticos em geral por travar uma governação que apesar de esquisita e de uma critica aqui e alem estava globalmente a governar satisfatoriamente, daí se prevendo uma vitoria esmagadora por grande maioria mesmo do PS de António Costa.

  3. Concordo consigo. Aliás se formos ao fundo da questão nós nem elegemos , na votação a nível nacional os nossos representantes, Escolhemos o partido daí o primeiro ministro .Quanto aos outros ministros ai já não tivemos voz nem aos deputados. quer gostamos ou não. Nem o senhor nem eu por exemplo escolhemos quem nos representa na nossa região. Quanto á maioria absoluta na minha opinião nunca deu bons resultados
    porque se aprova tudo e não há oposição nenhuma. Pode vir a pior lei ela é simplesmente aprovada por maioria .

  4. Os comentários ee um líder que nunca chegou a ser candidato valem o que valem. Assim, também eu ou qualquer um pode ser comentador.

  5. Quem me dera a mim aos Portugueses viver sobre a Ditadura da CEE.a CEE é a Democracia mais avançada do mundo,ou acha que os Paises da União Sovietica,China,Venezuela,Bolsonaro,Corea do do Norte?a Comunidade .Europea é o simbolo da Democraçia Mundial,menos para os Comunistas ditadores.

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