À medida que a popularidade da energia renovável cresce em todo o mundo, multiplicam-se os esforços para cortar os seus custos. Um robô com seis pernas, inspirado nos insetos, pode ser uma das soluções.
Vários países estão a fazer uma grande aposta na energia eólica, construindo gigantescos parques offshore, no meio do mar, para gerar eletricidade através de turbinas eólicas. Mas realizar a manutenção destas estruturas não é uma tarefa fácil.
Para inspecionar as pás das turbinas espalhadas pelo mar, a empresa Ore Catapult criou o BladBUG, um robô de pequenas dimensões e com tecnologia de monitorização que pode ajudar a realizar as inspeções periódicas de que estas estruturas tanto precisam para funcionar.
De acordo com o New Atlas, as turbinas eólicas suportam o impacto de todos os tipos de condições climáticas, desde tempestades a ventos fortes. Mantê-las em funcionamento requer inspeções regulares e é neste cenário que foi projeto o pequeno robô de seis pernas, que rasteja pelas pás da turbina usando os seus pés acolchoados a vácuo.
Este “inseto mecânico” caminha lentamente, numa “caminhada de lâmina” inédita, e vai examinando a superfície à procura de fendas e deformações, além de outras tarefas de manutenção.
O BladeBUG foi colocado à prova em torres de treino verticais e sessões de lâmina em terra seca. Recentemente, a Ore Catapult levou-o até ao mar para ver como se saía.
O comunicado da empresa avança que as caminhadas nas pás permitiram que o dispositivo cobrisse 50 metros numa lâmina posicionada verticalmente na instalação de Levenmouth da ORE Catapult na costa de Fife, na Escócia.
O equipamento agarra-se à superfície da lâmina através da sucção e navega pelas curvas da pá varrendo a superfície com gravação de vídeo que envia para os técnicos.
Os especialistas admitem que o BladeBUG pode reduzir o custo das inspeções em 30%, ou até 50% nas turbinas de próxima geração, e aumentar a vida útil das pás.
Chris Cieslak, CEO do BladeBUG, referiu que a primeira caminhada do BladeBUG em Levenmouth é “como a ‘caminhada lunar’ nas eólicas – um marco histórico na evolução da indústria”. “A robótica veio para ficar e será um ingrediente essencial para operar parques eólicos em constante expansão, locais em águas mais profundas e turbinas maiores e mais rápidas nos próximos anos”, rematou.