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“O inimigo não tira férias”. Gouveia e Melo rejeita vacinação de jovens fora da sua área de residência

Mário Cruz / Lusa

Os jovens de 16 e 17 anos — que serão vacinados no fim de semana de 14 e 15 de agosto — só podem recorrer aos centros de vacinação da sua área de residência (mesmo que estejam de férias).

Apesar de agosto ser um mês muito popular para as famílias irem de férias, o coordenador da task force, Henrique Gouveia e Melo, afirmou esta sexta-feira que os jovens de 16 e 17 anos não podem recorrer a centros de vacinação fora da sua área de residência, caso estejam de férias.

“O inimigo não tira férias” e o “combate à pandemia” tem que continuar, apontou o responsável, em declarações aos jornalistas na visita ao centro de vacinação de Évora.

Segundo Gouveia e Melo, seria impossível realizar o processo de administração da vacina dos cerca de 70 mil jovens inscritos até esta quinta-feira às 18h00, no fim de semana de 14 e 15 de agosto.

Até porque, cita o Sol, o número de jovens daquela faixa etária inscritos para a vacinação deverá aumentar até ao final desta sexta-feira. Aqueles que não se inscreveram serão contactos pelas autoridades de saúde.

“Vacinar fora da área de residência não, porque isso tornaria o processo quase impossível de realizar, porque a maior parte das pessoas quereriam ser vacinadas nos locais de férias. Não estamos preparados para isso. Lamento que nós tenhamos que fazer isto neste momento de férias, é inconveniente para toda a população. Mas o vírus continua muito ativo e nós temos que continuar o combate”, acrescentou.

Questionado quanto a uma possível terceira dose da vacina contra a covid-19, na sequência do anúncio feito pela farmacêutica Moderna, o vice-almirante continua a afastar essa ideia enquanto “não houver evidência científica” da sua necessidade.

Não há evidência científica, neste momento, para dizer que a terceira dose é necessária e, enquanto não houver evidência científica, não devemos começar a criar uma imagem que vem aí qualquer coisa e temos que ir já para uma terceira dose”, realçou.

“O tempo está a esgotar-se” para vacinar crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos

Relativamente à vacinação da faixa etária entre os 12 e os 15 anos, Gouveia e Melo pôs-se do lado de Marcelo Rebelo de Sousa e defendeu a importância de imunizar a maior percentagem possível da população portuguesa.

Além disso, o responsável pela task force da vacinação admitiu recear o “cuidado” da Direção-Geral da Saúde em proteger esta faixa etária possa ser entendido como uma “não recomendação”.

“Claro que esse tempo se está a esgotar e o que pode ser crítico é que esse cuidado, que é importante para todos nós, pode ser entendido de forma negativa como não recomendação, e não é uma não recomendação, é só um cuidado para se ter a certeza de qual é o melhor caminho a seguir”, afirmou, citado pelo jornal Expresso.

“O processo está planeado para um futuro próximo em termos logísticos, o que nós estamos a dar é tempo para que os profissionais de saúde cheguem a esse consenso”, reforçou, referindo que a DGS precisa de tomar uma decisão definitiva, “sólida” e “consistente” sobre a vacinação daquela faixa etária.

Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser desejável que a vacinação alcance o maior limite possível da população portuguesa, e manifestou-se esperançoso de que vacinação dos 16 e 17 anos “seja rápida” e que seja possível vacinar também no futuro jovens entre os 12 e 15 anos.

Sofia Teixeira Santos, ZAP //

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