Inglaterra continua a desconfinar. Em França, a pressão hospitalar aumenta

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson

O Reino Unido vai avançar para a segunda fase do desconfinamento, enquanto que em França a pressão hospitalar continua a aumentar.

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro britânico anunciou que lojas, cafés e pubs com esplanadas, cabeleireiros, ginásios e outros serviços reabrem a 12 de abril, dando assim início à segunda parte do plano de desconfinamento.

“Os nossos esforços coletivos para dar tempo e espaço para 31 milhões de pessoas serem vacinadas estão a compensar”, afirmou Boris Johnson na conferência de imprensa desta segunda-feira, citado pelo semanário Expresso.

“Isto está a valer a pena. Eu próprio irei a um pub na próxima segunda-feira”, disse, em jeito de brincadeira.

“Estamos a fazer o nosso mapa para a liberdade e a cumpri-lo. Não temos quaisquer sinais nos dados atuais que nos levem a pensar que teremos de nos desviar do programa”, disse ainda, mas sem esquecer os apelos para que a população se mantenha cautelosa.

“É a sermos cautelosos, a monitorizamos os dados em todas as fases e a cumprir as regras (…) que esperamos, todos juntos, tornar este mapa para a liberdade irreversível”, lembrou.

Por outro lado, o chefe do Executivo não quis dar uma data certa para a retoma das viagens internacionais. Boris Johnson espera que estas sejam retomadas a 17 de maio, mas a certeza só será dada no final da semana.

“Estamos com esperanças de podermos [retomar as viagens internacionais] a 17 de maio. Gostava de vos dar mais informação, e sei que as pessoas querem saber, mas ainda não estamos nessa fase. Assim que tivermos dados mais sólidos vamos informar-vos sobre isso”, declarou, citado pelo jornal online ECO.

Pressão hospitalar aumenta em França

A pressão nos hospitais em França devido à covid-19 voltou a aumentar e foram registadas 197 mortes nas últimas 24 horas, no dia em que entraram em vigor as regras de confinamento que vão ser aplicadas durante quatro semanas.

O Governo indicou na página digital dedicada às estatísticas que foram registados no mesmo período 10.793 novos contágios, um número relativamente baixo mas que poderá estar relacionado com a realização de menos testes ao domingo.

As hospitalizações pelo novo coronavírus subiram para 29.907, face aos 29.356 da véspera. No entanto, são números inferiores ao pico que se alcançou na segunda vaga, quando em meados de novembro foram anunciados 33.500 internamentos.

Desde há vários dias que permanecem muito elevados os internamentos nas unidades de cuidados intensivos (UCI), com 5433 casos registados no domingo.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, indicou ser possível que o número de doentes das UCI nesta terceira vaga que atinge França se aproxime do teto ocorrido na primeira vaga, quando estavam internadas 7148 pessoas.

Véran também indicou que está a ser reforçado o número de camas nas UCI para enfrentar esta eventualidade, com um aumento de sete mil para oito mil. O plano de contingência prevê que possam ser instaladas até 10 mil, caso seja necessário.

Em relação à campanha de vacinação, receberam a primeira dose 9.351.329 pessoas (14% da população do país), para além dos 3.142.151 que já garantiram as duas doses (6% do total).

Desde a entrada em vigor do recolher obrigatório às 19h00 locais, terminou o prazo fornecido pelo Governo para que os franceses pudessem efetuar deslocações e organizar um prolongado confinamento de quatro semanas.

Este regime significa, em primeiro lugar, que apenas estão autorizados a deslocar-se num raio de dez quilómetros em redor da sua residência, à exceção de uma justificação válida.

Para mais, toda a atividade comercial não essencial está encerrada. Em simultâneo, e como sucede desde finais de outubro, os bares, restaurantes, cafés, cinemas, teatros, salas de espetáculo, museus, ginásios e a generalidade dos estabelecimentos com vocação para eventos sociais vão manter-se fechados.

Casos de infeção disparam no Japão

Segundo o jornal The Guardian, o Japão também está a registar um aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus, numa altura em que faltam cerca de 100 dias para a realização dos Jogos Olímpicos.

Esta segunda-feira, a Federação Internacional de Natação anunciou que as provas de qualificação olímpica de saltos para água, natação artística e águas abertas, nas quais deveriam participar atletas portugueses, estavam canceladas por causa da pandemia.

Entretanto, a Coreia do Norte anunciou que não vai participar nos Jogos Olímpicos devido aos riscos de contágio da covid-19.

Este anúncio de Pyongyang põe fim às esperanças de Seul de usar Tóquio2020 para um relançamento do processo de negociações entre Pyongyang e Washington, suspenso desde o fracasso da cimeira de Hanói entre Kim Jong-un e Donald Trump, em fevereiro de 2019.

Timor-Leste regista primeira morte por covid-19

Timor-Leste registou, esta terça-feira, a primeira morte por covid-19. Trata-se de uma mulher de 44 anos que sofria de hipertensão e insuficiência renal e que faleceu no Hospital de Lahane, em Díli, segundo as autoridades de saúde.

Fonte do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) explicou à agência Lusa que a vítima, que estava com sintomas ligeiros, foi inicialmente colocada em isolamento no centro de Tasi Tolu, tendo posteriormente sido transferida para Vera Cruz quando os sintomas se agravaram.

“Foi detetada positiva e não estava com sintomas graves. Entrou por isso como pessoa positiva normal”, explicou a fonte. “É a segunda paciente com insuficiência renal, mas neste caso a senhora não aceitou, desde o início, fazer hemodiálise. Rejeitou fazer a hemodiálise antes. A sua família sabia dessa decisão“, relatou à Lusa.

A mesma fonte explicou que a situação da paciente se deteriorou com a infeção da covid-19 e que a mulher acabou por falecer de manhã, hora local.

Uma outra paciente que está internada em estado grave, uma mulher de 69 anos com comorbidade, continua a receber atenção médica e a sua condição é estável.

Timor-Leste vive, atualmente, o pior momento desde o início da pandemia com 485 casos ativos e um total de 778 infetados desde o início da pandemia. O município de Díli está sob cerca sanitária e confinamento obrigatório até 16 de abril e os de Baucau e Viqueque até 9 de abril.

ZAP // Lusa

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