//

“É inevitável rescindir com funcionários públicos”

29

ISCTE / Flickr

O antigo comissário europeu e ex-dirigente socialista António Vitorino

O antigo comissário europeu e ex-dirigente socialista António Vitorino

António Vitorino, ex-ministro socialista, considera que os despedimentos na Função Pública são inevitáveis, no sentido de reduzir o número de trabalhadores e, logo, a despesa pública.

Em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, o ex-ministro e ex-comissário europeu que actualmente, é presidente da EPIS – Empresários pela Inclusão Social defende que o Estado continua a ter demasiados funcionários públicos e que é inevitável, até face a um futuro de maior informatização dos serviços, que haja uma redução de trabalhadores neste domínio.

“A administração do futuro vai exigir menos funcionários, pela automação, informatização. Simplesmente, essas pessoas têm de ter uma transição para esse novo paradigma e essa transição custa dinheiro”, começa por constatar António Vitorino.

O ex-ministro refere que “o melhor é rescindir amigavelmente ou encontrar formas alternativas de canalizar essas pessoas para outras actividades em função das suas qualificações ou da capacidade de as requalificar”.

“Isso pode exigir despesa e investimento, só que à cabeça é assim, desde que depois sejam claros nos retornos a seguir, que se traduzirão no cômputo global e no fim da linha – e estou a falar de cinco anos – em poupanças na despesa pública“, realça.

Mas Vitorino está certo de que esta redução de funcionários públicos que considera necessária não vai acontecer durante esta legislatura.

Na mesma entrevista, onde abordou temas como a educação, o turismo, o crescimento económico, Vitorino classifica a geringonça como “o preço a pagar pela estabilidade governativa”.

O ex-ministro garante ainda que não está nos seus planos candidatar-se à Presidência da República e antecipa que Marcelo Rebelo de Sousa se vai candidatar para um segundo mandato.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

29 Comments

  1. Comentários:

    1. Ainda bem que Marcelo se recandidata. Gosto bem dele como Presidente apesar de até ter votado Paulo Morais. Este Vitorino como Presidente era mesmo andarmos de cavalo pra burro. Ainda bem que ele nem tenta.

    2. Se o futuro leva à automação, informatização e logo, despedimento de pessoas. Então que se lhes dê um rendimento vitalício com o dinheiro que se poupa. No futuro é previsível que as máquinas acabem por subsitutir os seres humanos na maioria das funções. Isso não é necessáriamente mau… Como as máquinas não têm de comer, beber, vestir, pagar a criação dos filhos, além de não precisarem de dormir, então no futuro, o aumento de produtividade e redução de despesas vai permitir gerar riqueza para dar um rendimento mínimo a todas as pessoas, como acontece já nalguns países de resto.
    Claro que num país de caciques e ladrões isto é muito mais difícil de implementar, uma vez que vai haver toda uma elite corrupta que vai tentar meter ao bolso essa riqueza poupada com a automação, robotização e informatização… Mas isso vai ser outra guerra.

    Outra vantagem é a de que apesar de terem rendimento mínimo sem ter de trabalhar, as pessoas que desejarem poderão desenvolver actividades por puro prazer ou para tentar ganhar algum extra. Mas como digo, isto vai necesitar de algumas guerras porque infelizmente há quem venha ao mundo convencido que é mais do que os outros e que veio pra escravizar os outros e os outros vieram para o servir. A esses vai irritar solenemente ver alguém comer sem ser escravo, ou trabalhar por mero prazer.

    • Enfim, teria ficado melhor se não se desse ao trabalho de escrever disparates. Está visto que de política e economia não percebe nada. Fique-se pela bola e pelas novelas. E quanto ao rendimento sem fazer nenhum… já tem cá muito disso no país. Abra os olhos.

      • O Sr. Alpeida quando quiser contradizer alguma coisa que alguém escreve, mais vale pensar um bocadinho antes. é que para qeum diz perceber de economia e de política, não disse nada que tivesse sequer a ver com isso.

        Bola nunca gostei enm percebo nada. Novelas não existem no país de onde lhe escrevo. Você é portanto dos tais que mais vale um trabalhador desempregado do que a receber o dinheiro que se poupa com a sua substituição por uma máquina.

        Opiniões como a sua fazem tanta falta como a fome.

        • Olha-me este armado em professor catedrático. Acredito que a sua forma básica de argumentar (basicamente sustentada em frases feitas e jargões amigos do trabalhador) possam resultar aí na sua terra. Para aqui tem de ler um pouco mais. A fome estava nas economias planificadas como bem deverá saber. Não é que não exista fome nas economias de mercado mas garanto-lhe que não é generalizada a toda uma população como se passava por lá. O motor da economia é a busca do lucro e da realização pessoal e profissional. O senhor decididamente não convive bem com isso. E isso é um problema… mas é essencialmente um problema seu e não do capitalismo.

    • Muito bem Miguel Queiroz! Obrigada pela clareza da exposição, com a qual concordo em absoluto mas nao teria a mestria para a apresentar! So acrescento que o desafio nao chega a ser vencer a ignorância que se impõe seja reconhecida por cada um, mas a vencer a inveja, e esse é um grande património e Material!

  2. O s. António Vitorino, não é mais do que um socrista que levou, não só os trabalhadores da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, bem como os do SECTOR PRIVADO, estes à ignorância da CONTRATAÇÃO COLECTIVA, aqueles ao esclavagismo racista, como quem, “deixem para lá” as vossas carreiras, categorias e demais incentivos que a ambos os sectores, privado e público, lhes faziam frente. Ao privado a LEI PATRONAL, ao público a LEI DA INVEJA…

  3. Se o futuro leva à automação, informatização e logo, despedimento de pessoas. Então que se lhes dê um rendimento vitalício com o dinheiro que se poupa. No futuro é previsível que as máquinas acabem por subsitutir os seres humanos na maioria das funções. Isso não é necessáriamente mau… Como as máquinas não têm de comer, beber, vestir, pagar a criação dos filhos, além de não precisarem de dormir, então no futuro, o aumento de produtividade e redução de despesas vai permitir gerar riqueza para dar um rendimento mínimo a todas as pessoas, como acontece já nalguns países de resto.
    Claro que num país de caciques e ladrões isto é muito mais difícil de implementar, uma vez que vai haver toda uma elite corrupta que vai tentar meter ao bolso essa riqueza poupada com a automação, robotização e informatização… Mas isso vai ser outra guerra.

    Outra vantagem é a de que apesar de terem rendimento mínimo sem ter de trabalhar, as pessoas que desejarem poderão desenvolver actividades por puro prazer ou para tentar ganhar algum extra. Mas como digo, isto vai necesitar de algumas guerras porque infelizmente há quem venha ao mundo convencido que é mais do que os outros e que veio pra escravizar os outros e os outros vieram para o servir. A esses vai irritar solenemente ver alguém comer sem ser escravo, ou trabalhar por mero prazer.

    • Desculpe lá, mas você demonstra uma ingenuidade de bradar aos céus, e um completo desconhecimento de como funciona um sistema capitalista (como aquele em que vivemos, para o bem e para o mal).

      O que é que você acha que leva um empresário a investir em automação? O objetivo é única e exclusivamente aumentar os lucros, para si e para os acionistas. Ninguém investe em automação com o objetivo de distribuir dinheiro por quem quer ficar em casa de papo para o ar! O dinheiro poupado com a automação não é para distribuir por quem não contribuiu para a referida automação. É para pagar a quem investiu para que assim fosse.

      E qualquer tentativa de impedir que assim seja, por exemplo, através de um qualquer mecanismo que force as empresas a pagar mais impostos se implementarem automação vai ter um único resultado: a não implementação da referida automação ou o fecho da empresa! Ninguém investe dinheiro em nada se não tiver uma expectativa de retorno!

      Num sistema capitalista, o emprego e o bem estar das pessoas são efeitos secundários (e não intencionais), da vontade de um empresário ganhar dinheiro.

      Isto parece mau mas não é. Na procura do lucro as empresas têm que contratar pessoas e isso cria emprego. Na procura das melhores pessoas, que vão levar a empresa a ganhar mais dinheiro, têm que pagar mais. É por isso que o trabalho altamente qualificado e especializado é bem pago. E se há qualquer dúvida que o capitalismo funciona, basta ver que nunca nenhum outro sistema económico levou à melhoria da qualidade de vida da população em geral da forma como o capitalismo levou. Basta ver a diferença entre o que aconteceu à Alemanha Oriental vs Ocidental, Coreia do Norte vs Sul, e por aí fora.

      E já agora, como já se viu no passado, a automação acaba com alguns empregos mas cria muito mais em retorno. Basta ver a quantidade de empregos em áreas tecnológicas.

      • Eu só preciso de citar uma parte do seu longo comentário, para caracterizar a sua verdeira natureza, o seu íntimo e o seu caracter:

        “Num sistema capitalista, o emprego e o bem estar das pessoas são efeitos secundários (e não intencionais), da vontade de um empresário ganhar dinheiro. Isto parece mau mas não é.”

        Eu traduzo o que você escreveu: Num certo tipo de capitalismo, o trabalho e os seres humanos na sua esmagadora maioria são meras comodidades ao serviço do dinheiro de uma oligarquia. Uma espécie de mal necessário. Quanto menos puderem ganhar para que quem está no topo da pirâmide mais possa engordar, melhor. Ai que saudades do tempo da escravatura ou do Feudalismo!

        Está bem traduzido, não está?

        Segundo você, os “empresários” seriam uma espécie cidadãos de primeira, com direitos sobre as outras pessoas. Tipo castas da ìndia. Por muita gente em Portugal dos pequeninos pensar como você é que depois ficam enervadíssimos quando o Governo não trata os funcionários públicos como escravos. É que depois os funcionários do privado podem começar a ter ideias, não é?.. Que chatice. Por muitos complexados pensarem como você, é que qualquer sopeira no Facebook tem no seu perfil que é “empresária”. Porque todos acham o que você acha mas nenhum se revê no tal empregado a explorar. Todos acham que “os outros” são para explorar, mas não eles. De resto todos querem ser “estrelas” e é por isso que há programas como os ídolos. todos querem ser admirados, mas ninguém quer admirar os outros. É o país da pirâmide invertida.

        Agora continuando a contrapôr ao seu raciocínio: A prova de que o Capitalismo tal como o conhecemos não funciona, é que 50% da riqueza mundial está na mão de 1% da população… E que 71% da população mundial tem de dividir entre si 3% da riqueza mundial. Mais uma vez, a piramide invertida dos amantes do capitalismo selvagem. E você ainda tem a distinta lata de dizer (e passo a citá-lo), que “nunca nenhum outro sistema económico levou à melhoria da qualidade de vida da população em geral da forma como o capitalismo levou”. População em geral???!!!… Você não pode estar bom da cabeça. Vá dizer isso aos 2,7 Biliões de pessoas que vivem com menos de 1 Dólar por dia! Vá dizer isso aos cidadãos do terceiro mundo explorados por gigantes multinacionais. Tudo para que possam existir 1% da população mundial de bilionários. E você ainda tem o desplante de dizer que isto não é mau?..

        Sabe o que é que acontecia se o dinheiro estivesse equitativamente distribuido? Não se estava refém dos investimentos caprichosos dos milionários. Umas centenas de pessoas numa cooperativa investiam o que tivessem de investir, como de resto já acontece. Modelos políticos de esquerda como o da Suécia fazem com que não haja pobres no país. Lá qualquer um vive melhor do que 90% das pessoas dos países de capitalismo selvagem. E escusa de vir com caricaturas a dizer que não há propriedade privada ou coisas do género porque lá qualquer um é dono de mais coisas do que na maioria dos países ditos capitalistas. O que você é dizer e com razão, que lá não há milionários como os dos tais países. Enfim… É a velha história: Basta comparar o sector público com o privado. No público os ordenados baixos são mais altos e os altos são mais baixos, do que no privado. É tudo uma questão de justiça social e de não andarem uns a ser escravos dos chicos espertos, ou de meninos que vivem à custa de fortunas herdadas.

        Para finalizar: Se quiser links para sutentar tudo o que eu escrevi, eu envio… E se quiser aprender um pouco sobre o único tipo de capitalismo sustentável e justo, vá ler Karl Polanyi. Nítidamente, não sou eu que não sei sobre capitalismo. Tem muito que ler, você que nem a cara dá pelo que escreve. (pois, pois… Deixa-me rir)

        • Não se canse a explicar a esta gente porque só vão perceber quando virem que esta não é a revolução industrial onde as pessoas migraram dos campos para as fábricas para construir as máquinas que passaram a semear e colher da terra os alimentos, esta é uma modificação radical da sociedade em que os robôs com inteligencia artificial vão passar a fazer tudo inclusivé construir-se a si próprios. Vai haver uma produtividade fenomenal, os preços vão bater os dos chineses mas infelizmente não vai haver com que adquirir os produtos e os robôs não usam camisas Lacoste nem comem gelados nem tão pouco querem saber de telefones espertos. Esta humanidade (aqueles que aqui e noutros sítios se viram contra as pessoas e a natureza em defesa de sua excelência o sr dinheiro) não vem que se estão matando e aos seus filhos em nome do futuro dos filhos num planeta em cacos.

          • Tem toda a razão meu caro. É a clássica diferença entre esperteza e sabedoria.

  4. É espantoso como são sempre os mesmos a achar que os OUTROS têm que distribuir a sua riqueza. São sempre os que têm o seu empregozinho seguro, bem almofadado, protegido, que não arriscam nada, que acham que os OUTROS é que têm que distribuir a sua riqueza. Esses outros, que muitas vezes arriscam o próprio dinheiro para CRIAR emprego, é que depois têm a obrigação de distribuir a sua riqueza. Quem nunca criou emprego, quem não sabe o que é arriscar, quem não sabe o que é criar uma empresa (e sabendo que a maioria das empresas vai à falência no primeiro ano de operação), devia ficar calado, não tem legitimidade para exigir que os outros distribuam a sua riqueza. Sim, porque neste país, alguém abrir uma empresa e esperar ganhar dinheiro, ou mesmo ficar rico, é um escândalo, uma ousadia.

    Vamos usar um exemplo concreto. Sabe quem são os 2 homens mais ricos do mundo? Bill Gates (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon)? Um largou a faculdade a meio, o outro deixou um emprego bem pago, para arriscarem e lançarem um negócio próprio. Podiam ter jogado pelo seguro e continuado num emprego por conta de outrem, tinham de certeza uma vida mais tranquila, pelo menos nos primeiros anos. Podia ter corrido mal, mas correu muito bem, e no processo criaram direta ou indiretamente centenas de milhar de postos de trabalho e mudaram o mundo. Merecem cada dólar que ganham. Quem é você para insinuar que têm a obrigação de distribuir a sua riqueza? Por acaso até o fazem, mas é uma opção pessoal, e assim é que deve ser. E quem nasceu rico, é assim mesmo, quem é você para dizer que têm que distribuir o dinheiro? E quem ganha a lotaria, também tem que distribuir o dinheiro?

    2,7 biliões de pessoas vivem com menos de 1 dólar por dia, é triste, mas isso sempre assim foi! Ou acha que há 100 anos viviam bem, não havia pobreza, não havia fome, não havia doenças, e depois é que empobreceram? Não foram eles que empobreceram, eles ficaram na mesma, foram os outros que evoluíram e enriqueceram. E não posso acreditar que acha que esses 2,7 biliões de pessoas são pobres por causa do capitalismo! Acha que se o mundo fosse dominado pelo comunismo, eles estavam diferentes? Não me faça rir.

    Os cidadãos do terceiro mundo são explorados por gigantes multinacionais? Só pode estar a brincar! Sim, é claro que pagam pouco, se não fosse assim ficavam no país de origem, mas acha que era melhor as empresas nem sequer irem para lá? Acha que as pessoas desses países querem que as multinacionais estrangeiras saiam do país? E já agora, essas empresas multinacionais ajudam imenso ao desenvolvimento dos países em que se instalam. Veja o caso da Índia, cuja indústria de outsourcing vale hoje $150 biliões de dólares. Acha que os Indianos querem que as multinacionais se vão embora? É claro que não.

    Quer ir viver para uma sociedade onde o dinheiro é (mais ou menos) equitativamente distribuído? Pode ir para a Venezuela, vai adorar! O Governo proibiu as empresas de despedir, impôs limites aos lucros das empresas, declarou aumentos de 30% para toda a gente, é um sonho!

    E não me fale da Suécia. Sim, é obviamente um país com muito mais igualdade salarial que Portugal, mas há na Suécia 34 bilionários. Em Portugal há 4.

    Tudo o que hoje temos e usufruímos, desde casas bem construídas, esquentadores, frigoríficos, medicamentos, equipamento médico, automóveis, televisões, computadores, etc., existe por uma e uma só razão: alguém queria ganhar dinheiro. E não há nada de mal nisso, e os resultados positivos estão à vista.

    Já agora, que fique registado, não tenho nem nunca tive uma empresa, e não sou rico.

    • Você é que acabou de perder uma excelente oportunidade de estar calado. Parágrafo a parágrafo.

      1. Começo precisamente pelo fim do seu comentário, onde você diz: “não tenho nem nunca tive uma empresa, e não sou rico.” – ou seja, você fala com a autoridade que a ignorância lhe dá e tenta ensinar a missa ao padre. Que ridículo… Eu por outro lado, pasme-se… Sou profissional liberal e empresário há mais de 10 anos. A minha empresa já veio do meu Pai e do meu Avô, que além de ter fundado a empresa em 1931, foi sócio-fundador da fábrica de máquinas de costura Oliva em S. João da Madeira, em 1947. Não há quase Hotel nenhum de luxo no Algarve e nas Ilhas que não tenha sido projecto de engenharia da empresa no tempo do meu Pai. Do Tivoli Marina Vilamoura ao Savoy do funchal. A casa do meu Avô no Restelo é neste momento embaixada da Argélia, e eu fiz toda a minha escolaridade obrigatória no Colégio de S. João de Brito (o melhor Colégio Nacional em vários anos). Basta fazer uma pequena pesquisa no Google para confirmar tudo o que digo. Como vê, nem sou empregado de emprego seguro, nem alguém que acha que são “os outros” que têm de distribuir a sua riqueza, nem sou alguém que não sabe o que é gerir o próprio negócio. Você só diz é asneiras… E tem ideias de uma pessoa profundamente egoista, porque apesar de não fazer a mínima ideia do que é ser empresário, fala com a autoridade que a ignorância lhe dá. Entende que é justo haver tamanha desiguladade no mundo, fruto de acumulações de riqueza, transmitidas por vezes de geração em geração sem qualquer mérito pessoal. Para sua informação, eu abdiquei por completo do ramo de negócios da minha família, e mantendo a empresa, recomecei com novo ramo e novos clientes. O que tenho (pouco ou muito, não interessa agora) devo-o ao meu trabalho. E mesmo assim penso como penso… Veja lá.

      2. Quando você compara a desigualdade de há 100 anos com a de agora, ocorre em desonestidade intelectual. Começo por lhe recordar que há 100 anos começou precisamente uma onda de Capitalismo expeculativo que culminou com o Crash de 1929 e que levou à 2ª Guerra Mundial. O mesmo Capitalismo expeculativo criou a crise do subprime de 2008, de resto. Depois, dizer que frigoríficos, medicamentos, automóveis e computadores, existem porque alguém queria ganhar dinheiro, é da mais simplista demagogia porque não leva em conta que tudo isso se deve sim ao progresso do conhecimento e da tecnologia, que nada têm a ver com o Capitalismo. Tanta descoberta científica foi feita em países capitalistas como socialistas. E nem sempre foram privados a investir na fabricação (como no caso do meu Avô). Muitas vezes foi o Estado, tanto em países capitalistas como socialistas uma vez mais. Você só me dá razão quando diz “Não foram os pobres que empobreceram, eles ficaram na mesma, foram os outros que evoluíram e enriqueceram” – Exactamente, meu caro! O progresso deu-se e em vez de todos beneficiarem disso por igual só alguns é que enriqueceram… Os outros ficaram na mesma! Para que a máfia farmacêutica possa facturar biliões, os recursos do terceiro mundo são explorados com escravatura e mão de obra barata. Para que a Evian tenha lucros bilionários, privatiza as águas de países de terceiro mundo onde as pessoas morrem à sede. Para que os bancos tenham lucros bilionários, estão países inteiros em austeridade. Para a Apple e a Google facturarem biliões, temos nós de andar a pagar os impostos que eles não pagam, na Irlanda.

      3. Toda a gente sabe que a partir de certo ponto para uns poderem ter muito, outros têm menos do que a riqueza que produzem (e até você admitiu isso quando disse que pagar salários era um mal necessário). Você desculpa isso dizendo que o investidor tem de recuperar o investimento. Mas não pode ser à custa da desvalorização do trabalho. Quando assim é, então mais vale haver cooperativas, em que todos os empregados investem nos factores de produção e todos recebem os lucros. Assim não há meninos ricos a pegar nas fortunas dos avós para comprar os meios de produção, e depois explorarem os empregados não lhes pagando a real riqueza realizada com o seu trabalho.

      4. Você de cada vez que abre a boca ou carrega numa tecla, é para me dar mais razão. Diz você que na Suécia (um país de politicas socialistas) há muito mais igualdade salarial que Portugal, mas há na Suécia 34 bilionários e em Portugal há 4. Então isto quer dizer que se houver mais igualdade salarial (distribuição de riqueza) então todos beneficiam com isso e até os ricos são mais ricos. Pelo contrário, a sua teoria capitalista de que o que é bom é pagar-se o mínimo possível para se lucrar o mais possível numa empresa, leva a desigualdades salariais e menos pessoas ricas. Isto de resto devia ser óbvio até pela observação do mundo natural. Se as suas células trabalharem todas para o bem comum, você é um organismo saudável e todas as células estão bem. Já se algumas células só pensarem em si e ignorarem o bem estar das outras, surge um CANCRO, e o sistema colapsa, como nas economias em 1929 e em 2008. Obrigado por me dar razão, você que não dá o nome.

      • Realmente não vale mesmo a pena. Ignorância diz você? Já vivi e trabalhei em 4 países diferentes, entre Europa e EUA, e apesar de não ser empresário trabalho muito perto de donos de multinacionais. Sem muito bem do que falo. Mas não vou continuar a debater os seus frágeis e completamente ignorantes argumentos, já gastei tempo que chegue.

        Deixo-lhe só esta nota. Deixe Portugal e vá viver para um dos paraísos comunistas ou socialistas que ainda sobram no mundo, ainda há alguns, vai dar-se bem. E pode esquecer a Suécia, país fortemente capitalista, e já agora onde não há ordenado mínimo e onde é bem mais fácil despedir do que em Portugal, mesmo com um sistema de sindicatos altamente organizado e influente.

      • Isto é mesmo de rir. Tanta barbaridade que nem sei bem por onde começar. Vamos ver. Diz o senhor:
        “A minha empresa já veio do meu Pai e do meu Avô, …” e mais à frente diz “Para sua informação, eu abdiquei por completo do ramo de negócios da minha família, e mantendo a empresa, recomecei com novo ramo e novos clientes.”, em linguagem comum, o negócio já não dava e teve de procurar outros negócios. No entanto, o engenho não era o mesmo de pai e avô e a empresa deve andar meia moribunda. Daí estar revoltado com quem consegue ser bom empresário.

        O segundo ponto resume-se à seguinte ideia: isto do desenvolvimento só beneficiou mesmo os ricos. E as assimetrias criaram-se com toda a lógica empresarial e de mercado. Errado mais uma vez. Já na idade média havia quem vivesse muito melhor e quem sobrevivesse muito mal De resto, sempre foi assim a história da humanidade. E já agora: sabia que atualmente o cidadão comum vive melhor, mais tempo e com maior qualidade de vida do que qualquer monarca há 100 ou 200 anos?

        No terceiro ponto saliento a passagem “Mas não pode ser à custa da desvalorização do trabalho.” O senhor decididamente nunca compreenderá porque é que há 15 anos se pagava na construção civil no Brasil a um trabalhador 70 euros por mês e atualmente paga-se 700 euros e mais. Foi à custa do capitalismo que tanto parece desprezar. Sei que provavelmente lida bem com a miséria longe da porta de casa. Mas também aqui tem de admitir que há quem seja um pouco mais humano independentemente do local do mundo onde esteja a miséria e a fome.

        No quarto ponto temos “o que é bom é pagar-se o mínimo possível para se lucrar o mais possível numa empresa”. Não é isso que é bom, caro amigo. O que é bom é pagar-se em função daquilo que as pessoas produzem. Provavelmente gosta dos exemplos dos estaleiros de Viana do Castelo, do metro de Lisboa, do porto de Lisboa,… onde tudo se exige. Esquece-se que os nossos portos não são minimamente competitivos e mais vale descarregar um contentor em Roterdão ou Valência para depois vir para Lisboa de camião e ainda fica mais barato. O metro de Lisboa deveria no início do ano afixar os dias em que não estará de greve para os utentes poderem planear as suas vidas. Quanto aos estaleiros de Viana de Castelo prefiro nem comentar a atitude totalmente irresponsável dos sindicatos.
        E meu amigo, tal como o senhor também sou empresário, e de várias empresas. E pago as minhas contas todos os meses. E custa-me fazê-lo sabendo que o dinheiro será desbarato por uma classe política sem qualquer nível, habilidade ou visão para levar o nosso magnífico povo para o lugar em que já esteve e merecia voltar a estar. Mas não é com estes que lá vamos.

        • “Quanto aos estaleiros de Viana de Castelo prefiro nem comentar a atitude totalmente irresponsável dos sindicatos.”
          Ah?
          O resto do comentário já é duvidoso, mas esta parte é mesmo de bradar ao céus!!
          Faz ideia do que são (eram) os Estaleiros de Viana?
          Sindicatos?
          Então, não foi o governo do Passos (embora mal já viesse de trás!) que não deixou os trabalhadores laborar e no fim ainda vendeu (deu!) tudo a preço de saldo aos amigos da Martifer (do então ministro da defesa Aguiar-Branco)?
          Esses parasitas incompetentes e traidores é que entregam património publico por truta e meia aos amigos, e, agora a culpa é dos sindicatos?
          Não brinque…
          Tinham encomendas e material e o Governo da altura não os deixou trabalhar para desvalorizar os estaleiros e entregar tudo ao desbarato aos amigos!!
          Agora, estão precisamente a fazer os navios que já tinham sido encomendados aos estaleiros antes de serem privatizados….
          Até estão a usar os mesmos materiais (e as mesmas instalações, maquinas e alguns trabalhadores) que o Estado pagou bem pago e que eles “herdaram” a preço de sucata!…
          Mas os bandidos são os sindicatos, pois claro…
          .
          “700 euros e mais”
          No Brasil?!
          Mais uma vez, nota-se que anda bem informado!…

          • Você na cabeça só tem mesmo cabelo. Sim 700 euros! Ainda há aqui dois anos atrás. Se não sabe, não fale. Eu sei até porque tenho lá uma empresa de construção. Por isso cale-se e não diga mais disparates.
            Relativamente aos estaleiros de viana também sei bem do que falo e acredite que a Martifer terá feito o favor ao governo em ficar com aquilo. E com as minas, caso não se lembre. Também por aí vê-se que fala do que desconhece. Enfim, patetices.

          • Ah?!
            “Cale-se”?!
            Mas pense que está a onde ou a falar para quem?!
            Quero lá sabe se tem empresas no Brasil ou onde fôr…
            Lá por “ter empresas” já pensa que é dono da razão?!
            Nota-se alguma prepotência no seu discurso, mas está “enganado na porta” e fica já a saber que não é qualquer palerma que me manda calar!!!
            .
            Segundo dados dos sindicatos, em 2017, um trabalhador da construção civil (sem especialidade), no Brasil, ganha pouco mais de 300eur!!
            Se paga 700eur aos seus, parabéns!!
            Não venha é colocar aqui dados errados só para tentar ter razão!…
            Nem toda a gente anda distraída…
            O salário mínimo no Brasil anda nos 250eur (R$ 937,00).
            .
            Então a Martifer fez um favor a governo?!
            Talvez… e ao país?!
            Pois… que beneméritos que eles são…

          • Para o Eu!
            O senhor só diz disparates. É daqueles que lê umas coisas e pensa que sabe tudo. Pois… não sabe, nem faz a mínima ideia de nada. Debita uma cassete gasta, desprovida de conteúdo válido. É um oco. Os comentários que fez dos ENVC e do Brasil refletem bem o seu profundo desconhecimento destas duas realidades. Total desconhecimento. Não faz mesmo ideia do que fala. Pela sua ordem de ideias também terá sido um grande negócio a compra por 1 euro do Popular pelo Santander. Fique bem na sua limitação. Eu compreendo-o e às suas profundas limitações.

  5. Para esta gente a grande solução é sempre despedir trabalhadores. Não os vejo a tributar justamente o grande capital, a combater eficazmente e exemplarmente a corrupção, salvo algumas actuais honrosas excepções, ou prevenir a fuga de capitais para as «offshores».

  6. Chegou e disse ! disse que disse mas não disse nada porque trabalhar a sério nunca trabalhou já lhe deram a papa feita e mastigada, e ainda passa a vida a mandar calar os outros como se só ele fosse o chico esperto, e por fim tem de puxar dos galões e da árvore genealógica para se afirmar é triste mas é isto que temos de viver no dia a dia, prepotência e mania de grandeza não lhe falta realmente.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.