Contornou o controlo de segurança e escapuliu-se para a casa de banho do avião. Foi trocando entre casas de banho ao longo de todo o voo de 7 horas, até chegar a Paris, onde não tem autorização para entrar.
Tem entre 55 e 60 anos e tinha já pedido exílio a França há alguns anos. Tem passaporte russo e em breve será enviada de volta para os Estados Unidos, onde tem um “green card” (cartão de residência dos EUA). Neste momento, aguarda numa “sala de deportação”, apelidada de ZAPI.
Foi esta terça feira que a mulher surpreendeu toda a equipa de segurança do aeroporto JFK, em Nova Iorque. Não se sabe como contornou o controlo de segurança do aeroporto, mas fê-lo.
Não tinha cartão de embarque, mas completou o controlo de segurança e contornou duas estações de verificação da identidade e do estatuto de embarque para entrar no avião, contou um porta-voz da Administração de Segurança dos Transportes dos EUA (TSA) à CNN. A mulher não transportava qualquer objeto proibido.
Conseguiu, por fim, entrar numa casa de banho do voo de 7 horas com destino a Paris, de onde ia entrando e saindo, alternando entre as disponíveis no avião.
Os passageiros do voo 264 da Delta do Aeroporto Internacional JFK de Nova Iorque para o Aeroporto Charles de Gaulle de Paris só foram alertados para a presença da passageira clandestina quando o avião aterrou em Paris, disse Rob Jackson, um dos passageiros do voo.
“O primeiro anúncio aos passageiros de que havia um problema foi quando estacionámos na porta de embarque e nos deram instruções para permanecermos sentados porque a polícia francesa ia entrar no avião para tratar de ‘um grave problema de segurança'”, disse.
“Ouvi os assistentes de bordo a falar sobre o assunto com os pilotos — disseram que a pessoa estava numa casa de banho e depois saía e ia para outra casa de banho e ficava lá durante muito tempo“, disse Jackson.
A mulher acabou por ser detida e aguarda agora deportação. De acordo com a CNN, não reúne as condições necessárias para entrar em França.
O incidente ocorreu num dos dias de maior movimento do ano. Cerca de 2,7 milhões de passageiros viajaram em aviões na terça-feira, segundo dados da TSA.
Um antigo piloto comercial sublinhou a gravidade da falha de segurança. “Mesmo os passageiros em stand-by não conseguem embarcar. É preciso passar pelo agente do portão de embarque”, disse JP Tristani. “Há aqui uma falha que, francamente, depois de 33 anos a voar em companhias aéreas de todo o mundo, é inconcebível para mim (…) Temos aqui uma falha grosseira de segurança a jusante.”
“A Delta está a conduzir uma investigação exaustiva do que pode ter ocorrido e trabalhará em colaboração com outras partes interessadas da aviação e com a aplicação da lei para esse fim”, garantiu a companhia aérea.