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“Incompreensível e contraditória”. Governo critica decisão de Bruxelas sobre o ISV

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O Governo lamenta a decisão de Bruxelas avançar com uma ação contra Portugal, em virtude dos veículos usados importados de outros Estados continuarem sujeitos a impostos superiores aos aplicados aos carros comprados em Portugal, classificando-a como “incompreensível e contraditória”.

“Portugal lamenta e discorda da decisão hoje tomada pela Comissão Europeia […]. Portugal entende que o atual modelo de apuramento do ISV [Imposto sobre veículos] sobre os veículos usados comprados noutros Estados-membros da União Europeia cumpre simultaneamente o princípio da livre concorrência e vai ao encontro do Pacto Ecológico Europeu”, lê-se numa resposta do Ministério das Finanças enviada à Lusa.

Assim, a posição de Portugal assenta no princípio de que “os malefícios causados ao ambiente” pelos veículos usados não são inferiores aos dos veículos novos, considerando o mesmo escalão de CO2 (dióxido de carbono), pelo que “o modelo respeita o princípio de igualdade tributária e do poluidor pagador”.

Conforme apontou o executivo, Portugal considera “incompreensível e contraditória a decisão” divulgada pela Comissão Europeia, acrescentando que vai continuar a sensibilizar para a necessidade “de ter em conta a dimensão dos princípios de defesa do meio ambiente no tratamento desta questão”.

A Comissão Europeia instaurou hoje uma ação contra Portugal junto do Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) em virtude de os veículos usados importados de outros Estados-membros continuarem sujeitos a impostos superiores àqueles aplicados aos ‘usados’ adquiridos no mercado português.

O executivo comunitário lembrou que, “ao abrigo das regras da UE, nenhum Estado-membro pode fazer incidir, direta ou indiretamente, sobre os produtos dos outros Estados-Membros imposições internas, qualquer que seja a sua natureza, superiores às que incidam, direta ou indiretamente, sobre produtos nacionais similares”, mas Portugal continua a aplicar uma carga tributária superior aos automóveis em ‘segunda mão’ importados de outros países da União.

Segundo a Comissão, “a legislação portuguesa em causa não tem plenamente em conta a depreciação dos veículos importados de outros Estados-membros” e é, por conseguinte, incompatível com o Tratado da UE.

Bruxelas recordou ainda que enviou a Portugal, em 24 de janeiro de 2019, uma “carta de notificação para cumprir”, seguida, em 27 de novembro último, de um “parecer fundamentado”, a segunda e última etapa antes da apresentação de uma ação junto do Tribunal de Justiça, o que a Comissão concretizou agora “visto que Portugal ainda não cumpriu as suas obrigações”.

// Lusa

3 Comments

  1. neste caso, estou de acordo com o governo português. se a UE quer combater a poluição atmosférica, tem que desincentivar o mercado de veículos usados – quer dentro da União, quer com terceiros. e uma das vias é certamente agravar a fiscalidade sobre os carros mais poluidores (antigos ou não). mas não só: há muito a fazer na navegação marítima e aérea e os transportes públicos (táxis e autocarros, principalmente).

    • Ta errado nada tem a ver com poluição (desculpa ridícula do estado português) mas sim com o principio de igualdade um carro do mesmo ano tem de pagar o mesmo imposto em qq país da união europeia o que em Portugal não se verifica pois paga-se muito mais.

  2. Nao tem nada a ver com a poluição, mas sim com principio de igualdade porque veículos registados em anos iguais pagam impostos muito diferentes, exemplo um Smart de 2003 devia pagar 18 Euros e alguns centimos paga se tiver vindo da Alemanha 108 quase 109 Euros. Alias nem percebo como o governo fala em imcompreensivel e contraditória esta a do Governo Português é que acho que seja. Justo será veiculos registados em anos iguais impostos iguais nao importa a origem desde que seja na CEE. Acescento que nao tenho nenhum veiculo nessas condiçoes nem nenhum Stand.

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