Os vastos incêndios nas florestas no centro e sul do Chile provocaram “o mais desastre florestal na história” do país, afirmou esta segunda-feira a Presidente Michelle Bachelet, que cancelou uma viagem ao estrangeiro para acompanhar a situação de emergência.
Pelo menos 140 mil hectares de florestas foram reduzidas a cinzas durante a última semama, situados na sua maioria em áreas rurais escassamente povoadas no Centro e no Sul do Chile, segundo o Serviço Nacional de Emergência (Onemi). O território afetado é 20 vezes maior que o registrado em janeiro do ano passado.
A situação de emergência obrigou, na noite desta segunda-feira, à evacuação preventiva de cerca de cinco mil pessoas em localidades da região de El Maule devido ao descontrolo dos incêndios florestais, informou o Serviço Nacional de Emergência no seu último boletim de informações.
Nas regiões centrais de O’Higgins e El Maule, os fogos são considerados os piores dos últimos 50 anos, e foi declarado o estado de catástrofe para ambas.
Ainda que a maioria dos 150 fogos que irromperam nesta época de verão estejam sob controlo ou já extintos, 40 ainda continuam ativos, segundo o último boletim do Onemi.
Três bombeiros morreram no combate às chamas e outros ficaram feridos. Soldados e dezenas de aviões também foram mobilizados para atacar as chamas.
Os fogos são comuns nas secas florestas chilenas durante o verão, 90% dos quais resultantes de atividade humana, mas este ano a situação está pior, devido a uma seca que dura há oito anos, atribuída às alterações climáticas. Uma sequência de 10 dias com elevadas temperaturas também contribuiu para a atual situação.
Os danos no setor agrícola e pecuário das regiões afetadas, contudo, “não foi significativo”, informou o ministro da Agricultura, Carlos Furche.
Bachelet cancelou uma deslocação à República Dominicana, onde iria participar numa cimeira de líderes da América Latina e das Caraíbas, para poder controlar a resposta oficial à situação.
O México e a Argentina responderam ao pedido internacional de ajuda lançado pelos dirigentes de Santiago, enviando bombeiros.
// Lusa