A imprensa escrita espanhola destaca, esta segunda-feira, em todas as suas primeiras páginas a vitória do PS nas eleições em Portugal, “sem maioria absoluta” e com a “necessidade de chegar a acordo”, numa consulta com uma abstenção “recorde”.
Para o El País, os socialistas “ganharam com clareza” umas eleições que foram “um referendo à gestão” de António Costa dos últimos anos. O jornal de referência em Espanha sublinha que o PS fica “perto da maioria absoluta e pode governar com o apoio de apenas um dos seus aliados” da legislatura anterior, BE ou PCP.
O El Mundo titula na primeira página que “O socialista Costa vence em Portugal mas terá de chegar a acordos”, depois de “não conseguir a maioria absoluta que desejava para se libertar dos seus aliados de extrema-esquerda”.
O correspondente em Lisboa do diário escreve um segundo artigo para realçar “o triunfo de um animal político astuto e irascível“, António Costa, que “conseguiu reduzir o défice e uma tímida recuperação da economia” com uma governação “pragmática”, sem estar “limitado por um compromisso com as ideias de extrema-esquerda”.
Por seu lado, o ABC destaca a “Abstenção recorde em Portugal, numas eleições que ganha Costa sem maioria absoluta”, sublinhando a “apatia” dos quase 11 milhões de eleitores convocados. O jornalista também considera que a “fragmentação não beneficiou em nada a direita, que não soube” aproveitar o facto de Rui Rio ter conseguido “superar” António Costa num debate televisivo.
O La Razón também sublinha que “Os socialistas revalidam a maioria depois de uma abstenção recorde”, com António Costa a “roçar” a maioria absoluta e a poder governar a partir de agora com apenas um dos seus aliados de esquerda.
O diário catalão La Vanguardia sublinha que “Costa consolida-se em Portugal com uma vitória muito clara” em que o líder socialista se “perfila” como o próximo primeiro-ministro do país, depois do aumento de votos no seu partido e o “colapso” da direita. Numa página interior, o jornal explica que os socialistas “superam” a soma de votos da direita e António Costa poderá agora governar “com o apoio do BE, mas sem os comunistas”.
No Reino Unido, o The Guardian salienta, de acordo com o Diário de Notícias, que “Os socialista se mantêm no poder com o maior número de votos”. “Os votos nos socialistas foram mais do que nas últimas eleições em 2015 e seguem os sucessos eleitorais recentes do centro-esquerda na Dinamarca, Espanha, Finlândia e Suécia“, pode ler-se no artigo dedicado às legislativas portuguesas.
O francês Le Monde intitula o seu artigo “A esquerda triunfa”, referindo-se aos resultados eleitorais como: “a vitória imaculada do tradicional Partido Socialista Português nas eleições legislativas é um feito”.
Nas eleições realizadas no domingo em Portugal, numa altura em que faltam apenas contar os votos dos círculos da Europa e de Fora da Europa, o PS registava 36,7% dos votos (106 deputados eleitos), o PSD 27,9% (77), o BE 9,7% (19), o PCP/PEV 6,5% (12), o CDS/PP 4,3% (5), o PAN 3,3% (4). O Chega, Iniciativa Liberal e Livre garantiam um deputado, cada, na próxima legislatura, com, respetivamente, 1,3%, 1,3% e 1,1% dos votos.
ZAP // Lusa