“Praticamente desconhecida”, tem ” edifícios vazios e à espera que alguém os devolva à vida”. Novo índice classifica-a como uma das áreas em expansão privilegiadas para investimento — mas a Costa de Prata e a Madeira não são esquecidas.
Portugal tem um lugar de destaque no primeiro Índice Imobiliário Internacional do Real Estate Trend Alert (RETA), que se concentra em áreas em expansão menos conhecidas e privilegiadas para investimento nas próximas três décadas e onde a procura de propriedades de gama alta está a aumentar.
Ao contrário da maioria dos índices, que se focam nos principais centros financeiros com custos elevados e baixos rendimentos de arrendamento, a abordagem da RETA orienta-se para destinos que oferecem uma boa relação qualidade/preço, potencial de crescimento, forte atração pelo arrendamento e excelente qualidade de vida.
Assim, Portugal ganha destaque não através dos seus suspeitos habituais, como Lisboa ou Algarve — que começam a atingir a saturação — mas sim através de regiões do centro e norte, nomeadamente.
“Praticamente desconhecida, à espera de vida”
O município de Caminha, em Viana do Castelo, ocupa o segundo lugar da lista e é o primeiro sítio europeu a surgir. Localidade “praticamente desconhecida”, dizem os autores que oferece o melhor valor encontrado em qualquer ponto da costa portuguesa — nota perfeita, um 10, em valor relativo.
Mas o exame detalhado vai além das análises de mercado convencionais que se baseiam apenas em dados macroeconómicos. O índice é produto de uma extensa pesquisa no próprio terreno, com cada destino a ser avaliado pessoalmente pelos membros da RETA.
O membro que visitou Caminha, a cerca de uma hora do Porto e separada de Espanha por um rio, diz ter visto “cascas de edifícios vazias e à espera que alguém as devolvesse à vida”.
“Acho que Caminha está à beira de um boom. Os visitantes mais ricos e os proprietários de segundas residências do Norte da Europa e da América do Norte ainda não estão a chegar, mas acredito que chegarão — e quando chegarem, farão subir os preços”, confessa.
“Quando a visitei recentemente, encontrei um apartamento de quatro quartos no centro da cidade por apenas 140 mil euros. Por 395 mil euros, havia uma grande casa de 3200 metros quadrados com vista para o rio e para Espanha”, lê-se no relatório.
No entanto, Caminha não é a única região no Top 20 de lugares para comprar casa.
Costa de Prata e Madeira
Situada no litoral de Portugal, a Costa de Prata, que se estende desde o norte de Lisboa até à Figueira da Foz — e assim conhecida graças ao brilho prateado que o sol confere às suas águas do Atlântico — surge em sétimo lugar na lista.
A região é conhecida pelas suas extensas praias de areia fina, mas não é só praia. Destacam-se locais como Alcobaça, a medieval Óbidos, cercada por muralhas ou Aveiro, “a Veneza portuguesa”.
À prateada costa segue-se a ilha da Madeira, em 11.º lugar.
O índice categoriza os destinos em 10 grupos, culminando numa lista dos 20 melhores que promete mais do que apenas uma valorização incremental do capital. Aqui vai ela.
Top 20
O índice destaca tendências emergentes como Baja California Sur (México), que ocupa o primeiro lugar.
Na verdade, as zonas costeiras do México, em especial o Cabo San Lucas e a Riviera Maya (3.º), ocupam uma posição de destaque devido à sua popularidade entre os trabalhadores remotos de longa duração — uma tendência acelerada pela pandemia.
Empatados em 3.º lugar encontram-se Estepona, Costa del Sol (Espanha) e Rocha (Uruguai).
Eis a lista completa:
- Los Cabos (México)
- Caminha (Portugal)
- Riviera Maia (México)
- Estepona (Espanha)
- Rocha (Uruguai)
- Cidade do Panamá (Panamá)
- Medellín (Colômbia)
- Guanacaste (Costa Rica)
- Costa de Prata (Portugal)
- Montpellier (França)
- Madeira (Portugal)
- Placencia (Belize)
- Punta Cana (República Dominicana)
- Antibes/Juan-les-Pins (França)
- Montenegro
- Úmbria (Itália)
- Loreto (México)
- Zona Sul (Costa Rica)
- Kenmare (Irlanda)
- Riviera Turca (Turquia)
Estes locais estão a tornar-se, segundo os autores, locais de eleição para profissionais que têm cada vez mais flexibilidade de trabalhar a partir de qualquer lugar, aumentando a procura de propriedades em locais que combinam comodidades urbanas com uma vida à beira-mar.