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Há novas imagens das auroras alienígenas de Marte. Ao contrário da Terra, brilham em todo o planeta

(dr) Hope Mars

A sonda Hope dos Emirados Árabes Unidos, que chegou a Marte no início deste ano, capturou estruturas brilhantes de oxigénio atómico brilhante no alto do céu noturno do Planeta Vermelho, com a ajuda do espectrómetro ultravioleta.

As três imagens de emissões “de oxigénio atómico a um comprimento de onda de 103,4 nanómetros do planeta Marte foram obtidas pelo espectrómetro ultravioleta” da sonda a 22 de abril, 23 de abril e 6 de maio de 2021, respetivamente.

“O conjunto completo de dados recolhidos durante estas observações incluem emissões aurorais ultravioletas extremas e distantes que nunca foram fotografadas em Marte”, escreveu a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos.

Segundo o The New York Times, esta aurora alienígena é diferente das observadas na Terra: os brilhos da aurora podiam ser vistos em todo o planeta em vez de só serem observados nas regiões polares, em grande parte devido ao facto de o ferro derretido no interior de Marte ter arrefecido e o campo magnético à volta ter desaparecido.

Algumas partes da crosta do planeta, que endureceu há milhares de milhões de anos quando Marte tinha um campo magnético, preservaram parte do magnetismo, razão pela qual o fenómeno acontece.

As auroras formam-se exatamente da mesma forma: partículas do vento solar a fluir através do Espaço entram na atmosfera marciana e interagem com o gás na alta atmosfera – oxigénio, no caso de Marte – e essa ionização faz com que o oxigénio brilhe.

“Os faróis de luz que se destacam contra o disco noturno escuro são de uma aurora discreta altamente estruturada, que surge onde as partículas energéticas excitam a atmosfera depois de serem afuniladas por uma rede irregular de campos magnéticos da crosta que se originam de minerais na superfície de Marte”, explicou a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos.

Como nunca vimos estruturas aurorais tão detalhadas e discretas na atmosfera do Planeta Vermelho, estas imagens podem representar uma nova ferramenta para compreender a perda do campo magnético de Marte.

Uma vez que a perda do campo magnético está associada à perda subsequente de uma atmosfera densa, entender como e por que motivo o campo magnético decaiu é crucial para entender como Marte se tornou inabitável.

Liliana Malainho, ZAP //

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