O líder do Iniciativa Liberal nos Açores admite fazer um acordo de incidência parlamentar com a coligação de direita. O porta-voz do PAN/Açores reitera que o partido não viabilizará uma solução governativa que envolva o Chega.
O líder do Iniciativa Liberal/Açores, Nuno Barata, admitiu, hoje, vir a fazer um acordo de incidência parlamentar com a coligação PSD/CDS-PP/PPM, mas frisou que ainda não há um acordo fechado.
“Pode ser uma das soluções, um acordo de incidência parlamentar, se for entendimento do senhor representante da República que é importante para viabilizar um Governo à direita nos Açores”, avançou, em declarações aos jornalistas.
O líder regional do IL falava à saída de uma audiência com o representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino, em Angra do Heroísmo.
Questionado sobre um eventual acordo com a coligação de direita, Nuno Barata disse que ainda não estava fechado, mas admitiu estar em conversações.
“Não há acordos, não há negociações, o que há são conversações. Nós, a devido tempo, anunciaremos o que é possível. Apresentámos ao PSD 12 pontos que entendemos que devem e têm de estar num programa de Governo a quatro anos. Se o PSD aceitar, nós estaremos no Parlamento a fazer oposição construtiva, sempre oposição, mas uma oposição construtiva, mas com soluções para mudar um paradigma de governação dos Açores, que permita sair do quadro socioeconómico que nós estamos tínhamos em 2019, que era lamentável”, afirmou.
PAN não viabiliza Governo com apoio do Chega
Pedro Catarino já tinha ouvido antes o porta-voz do PAN/Açores, Pedro Neves, que reiterou que o partido não viabilizará uma solução governativa na região, que envolva o Chega, dizendo estar disponível para ouvir todos os partidos.
“Se o Chega tiver um acordo com a coligação [PSD/CDS/PPM)], nós dizemos não, porque não vamos obviamente normalizar um partido que não respeita a Constituição portuguesa e não respeita os açorianos quando as negociações estão a ser feitas na Assembleia da República”, avançou em declarações aos jornalistas.
O porta-voz do PAN/Açores disse estar disponível para “fazer compromissos”, desde que não existam “egos políticos” de outros líderes partidários.
“Há uma linha que não conseguimos transpor que tem a ver com um partido que é antidemocrático e que não respeita sequer a Constituição Portuguesa, do qual, se houver um acordo, nós obviamente que não viabilizamos. Aliás, até chumbamos“, apontou.
“Não nos interessa os acordos, interessa-nos a normalização de um partido que não pode ser normalizado por nenhum outro líder partidário, porque estamos a abrir uma caixa de Pandora, com todas as medidas que já verificámos na Assembleia da República pelo mesmo partido”, sublinhou.
Questionado sobre uma possível viabilização de um programa de Governo do PS, Pedro Neves disse apenas que está aberto a ouvir “todos os partidos” e que será a comissão regional do partido a decidir.
Pedro Catarino também já ouviu o líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão. Em declarações aos jornalistas, o representante disse que a coligação governamental com o PSD e o CDS-PP tem “melhores condições do que o Partido Socialista para constituir Governo”.
O Chega anunciou, hoje, que “vai viabilizar o Governo de direita nos Açores”, após ter chegado a um acordo com o PSD em “vários assuntos fundamentais” para a Região Autónoma e para o país.
O representante da República para a Região Autónoma vai ouvir ainda hoje representantes do BE, do Chega e do CDS-PP. No sábado, receberá os representantes dos dois partidos mais votados, PSD e PS.
ZAP // Lusa