O Iniciativa Liberal recriou uma carta da Autoridade Tributária, a que chamou Autoridade Extorsionária, e enviou aos contribuintes. Perto de 200 mil portugueses estão a receber a missiva em casa.
O Iniciativa Liberal procura assumir um papel de “originalidade” na campanha política, mantendo uma oposta na “oposição de guerrilha”, como lhe chama Rodrigo Saraiva, citado pelo Expresso. Desta forma, o partido, que tem vindo a subir nas sondagens, enviou uma carta da “Autoridade Extorsionária” a cerca de 200 mil portugueses.
“Caro contribuinte. Não é preciso ter medo. Desta vez não é das Finanças“, lê-se nas primeiras linhas da missiva, que é muito semelhante às cartas enviadas pela Autoridade Tributária.
Segundo o matutino, a carta continua com uma crítica ao sistema fiscal, sublinhando que “muitos portugueses vivem sob opressão do Fisco“. A esta, acresce a crítica ao Estado: “muitos portugueses vivem sob o jugo de um Estado que demora meses a pagar as suas dívidas, mas que não hesita em usar métodos desproporcionais para cobrar as dívidas dos contribuintes.”
Segundo Rodrigo Saraiva, membro da comissão executiva do Iniciativa Liberal, a ação custou cerca de um quinto do orçamento do partido para estas legislativas, perto de dez dos 50 mil euros disponíveis. O partido fez uma análise dos dados, tendo sido escolhidos os concelhos “onde tivemos melhores resultados nas eleições europeias”.
“Como em todas as ações, recebemos sempre opiniões muito diversas. Mas a partilha orgânica nas redes sociais tem sido muito boa”, conta Rodrigo Saraiva, adiantando que na carta constam ainda algumas das principais linhas programáticas do partido, como “defender os contribuintes da opressão do Fisco”, “reduzir impostos” e “simplificar o sistema fiscal”.
“Para que um dia receber uma carta das finanças não seja mais motivo de medo“, conclui, em declarações ao Expresso.
Eu era capaz de acreditar que a legislação acerca do RGPD(Protecção de dados pessoais) proibia quem quer que fosse de usar as nossas moradas e outros dados conforme este partido esta a usar SEM a expressa autorização dos visados! Os partidos podem usar as nossas moradas porque?
MENOS… MUITO MENOS
Convém ver os factos antes de abrir a boca com idiotices.
… Se olhar para a carta vai ver que não tem qualquer nome ou morada de destinatário.
É apenas mais um folheto de publicidade igual a tantos outros que todos os dias entopem as caixas de correio. Em vez de publicitar um produto, publicita um partido.
Adorei especialmente a designação escolhida. Autoridade extorsionária. E despertou-me a atenção (junto com outras iniciativas) para saber mais e ler o programa. Quem sabe não me revejo nas ideias….
É o costume: menos Estado e deixar os “mercados funcionar” – e, como temos visto pelo mundo fora, tem dado um belo resultado!…
Pelo menos, para alguns:
“26 multimilionários têm tanto dinheiro como metade da população mundial”
dn.pt/mundo/26-multimilionarios-tem-tanto-dinheiro-como-metade-da-populacao-mundial–10464930.html
Isso é o resultado da globalização. Se tiveres um produto genuinamente bom e útil à humanidade já sabes o que te espera. Vendes para todo o mundo! E isso dá muito dinheiro. Serás rapidamente um desses multimilionários. Mas no teu caso, não te preocupes… isso nunca acontecerá por certo, a avaliar pelas ideias que aqui partilhas.
“um produto genuinamente bom e útil à humanidade”!…
Exacto… é tudo bom e útil, como as pulseiras “Power Balance”, os comprimidos Calcitrin, os esquemas em pirâmide tipo Herbalife ou outros “produtos” semelhantes com lucros milionários espalhados mundialmente pelos “mercados” e pela globalização!…
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Não tenho qualquer pretensão de se multimilionário; o dinheiro não é tudo e e, não são raros os casos em que esses milionários, embora cheios de dinheiro, tem uma vida vazia e triste!…
Caro Eu! Calcitrin, power Balance e herbalife são vendidos nesta Social-democracia. Por isso o seu argumento é pouco válido.
Sim, exactamente!
Se até agora é o que se vê, imagino o que acontecerá se haver menos Estado e deixarmos os “mercados” ditar as regras!…
Na verdade, eu até concordo com 50% das medidas do IL; o problema virá quando se deixar os mercados/capital mandar em tudo… se já agora não faltam casos de cartelização/combinação de preços um pouco por todo o lado…
Isto já para não falar dos paraísos fiscais parasitas, que “recolhem” os lucros da riqueza criada noutro país, sem terem colaborado em nada para essa criação de riqueza…
Quando se vê que, nos EUA, o Facebook (etc) já quer fazer as regras à sua medida e passar por cima do escrutínio do governo eleito, é um sinal que algo vai mesmo muito mal…
Sem um Estado minimamente forte, uma qualquer multinacional pode começar a fazer o que lhe der mais jeito – como fizeram muitas multinacionais americanas na América Latina, Irão, etc, etc, onde até “capturam” os governos democraticamente eleitos, para colocar fantoches no seu lugar – com os belos resultados que se conhecem…
Continua a enganar-te. Se és feliz assim. E quando referi “um produto genuinamente bom e útil à humanidade” esse é fórmula garantida de sucesso. Depois há outros que têm igualmente sucesso por muitos outros motivos (quem os consome sente prazer nisso, muito embora todo o resto do mundo possa achar uma porcaria ou até ser nocivo: tabaco, álcool,…). Mas isso são considerações e escolhas pessoais. Também há os crimes, mas geralmente no longo prazo dão-se mal (pelo menos nas sociedades mais desenvolvidas do mundo).
Já votei no IL nas últimas eleições e vou voltar a votar.
Quem não gostaria de ter um negócio cujo cobrador fosse a autoridade extorsionária.
Há quem tenha e pagamos todos.
A ideia é fantástica porque na verdade é o que todos sentimos quando recebemos uma dessas cartas com ou sem razão primeiro pagas depois arranja um advogadozinho para destrocar mais algum precisamos todos de
ganhar a vida.
Eu gostava de ver, o que os “antidotos” da globalização, fariam sem facebook, instragam, twitter,…pois estas são algumas das tais empresas globais que exploram o cidadão comum, mas das quais eles se aproveitam para poderem comunicar as suas ideias, ai já vale!
Depende do cidadão!…
Eu sou um cidadão comum e nunca usei nada disso!
Desses tubarões que não pagam impostos, só uso o/a Google e não critico o serviço, mas sim o modo como a empresa funciona.
Tambem não digo que não podem/devem existir Facebook’s e companhia – tem é que haver regras e, tendo em conta o seu enorme poder, serem fortemente controladas/reguladas – senão acontece o que temos visto, onde além da clara fuga ao pagamento de impostos, ainda são usadas para manipular os palermas mais distraídos e assim alterar resultados de eleições etc, etc…
Mas, quase tão importante com isso é saber/analisar qual a real necessidade do “cidadao comum” expor a sua vida na Internet e se isso contribui alguma coisa para melhorar a sua qualidade de vida… e, pelo que vejo, é mais o contrário!…
Há uma coisa que não percebo mesmo: a IL propõe taxa única de IRS de 15%, mas eu que ganho abaixo de 900€/mês, tal como a maioria da população, desconto menos de IRS do que isso. Concluo que a IL quer um aumento de impostos para quem ganha menos e redução para quem ganha mais. É justo, não haja dúvida, estávamos mesmo a precisar de mudar isso…
Pois…
900€ líquidos ou brutos?
Pelo que percebo, para trabalho por conta de outrem, não casado e sem dependentes, só para cima dos 1300€/brutos / mês é que se retém acima de 15% para o IRS.
A Constituição da República Portuguesa diz que «O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e progressivo». Não sou especialista, mas taxa única de 15% parece-me uma proposta inconstitucional.
Um pouco abaixo dos 900€ brutos ao mês: solteira e sem dependentes retenho na fonte para o IRS 10,qualquer coisa% e recebo sempre reembolso depois de entregar a declaração anual.
E já agora acrescento que pago de renda 700€: não é o Fisco que me oprime, é mesmo o senhorio. Espero que em breve ele possa pagar menos impostos, incluindo o IMI do prédio que tem a render.
Ganhas 900 brutos e pagas 700 de renda??? Como fazes para viver, vais roubar?
Não, caro Adolfo: vivo com alguém que também ganha menos de 900€/mês e dividimos a renda, do meu vencimento líquido saem só 350€, cerca de 40% do meu ordenado bruto, e ainda por cima tenho direito a benefícios fiscais por isso na declaração do IRS, veja lá o abuso. Realmente estava a ser falaciosa, ando aqui a viver à mama para prejuízo de quem paga muitos impostos, posso perfeitamente pagar mais, de igual para igual com quem ganha mais do que eu.
Nunca senti medo de cartas das finanças, mas também nunca ganhei o suficiente para isso, nem nunca fugi a pagar os impostos que me são devidos.
Tens uma solução fácil: saia do centro do país, há muitos empregos (dignos) por aí fora. Aproveite e tenha uma vida mais tranquila e saudável (menos stress e poluição). Não culpe o senhorio pelas suas más escolhas, ele só está a seguir a “lei” da oferta/procura. “Um produto só vale aquilo que o comprador está disposto a pagar”..
Eu moro numa moradia T3 com relvado e árvores de fruto, numa zona tranquila, não pago metade dessa renda e ganho mais do que isso. Porque é que hei de ter que pagar mais impostos só para que você possa viver nessa zona e ter mais serviços em detrimento dos meus? Quem quiser viver lá que viva, mas faça-o quem pode, não à custa dos outros e das suas liberdades.
Ah, e outra medida que eles propõem é alterar o funcionamento da segurança social para que deixe de ser o estado a financiar. Mais de metade do seu salário bruto (se juntar o que os trabalhadores e as empresas pagam) são para pagar a SS (>30%) e o IVA (>20%). Só esses dois impostos! Falta tudo o resto como IRC, IRS, despesas burocráticas desnecessárias (que o IL também pretende reduzir)… Veja só o quanto o socialismo tira à economia para que uma pequena elite em Lisboa possa tomar as suas escolhas por si! Além de que eles fazem as mesmas escolhas para outros 10 milhões de portugueses(as), portanto nunca dá bem para toda a gente.
A medida do IRS por si só parece má (no sentido em que aumenta a carga fiscal total do país), mas, como um todo, o programa acaba por reduzir a carga. As despesas são reduzidas por um emagrecimento do estado, especialmente no que toca a administração, que não produz nada nem fornece serviços a ninguém.
O reembolso que recebe é um engano, eles já lho tiraram ao longo do ano. É mais uma das faltas de transparência. Assim como quem paga só paga porque não foi tão roubado durante o ano. Para o trabalhador normal isso está associado a estar na parte superior ou inferior do limite da linha na tabela de IRS, mais nada. No final paga sempre o mesmo (a não ser que suba de escalão).
Concordo plenamente. Sou natural do interior (Beira baixa), vivo na zona de Lisboa há vários anos, e realmente as maiorias dos grandes centros usufruem de serviços que são pagos por todo o país, país esse do interior que não tem à disposição nem sequer metade (ou menos de um quarto, talvez) desses serviços.
A população dos grandes centros (especialmente de zona de Lisboa) só sabem é reclamar…