José Ornelas: “Não me venham dizer que a Igreja católica é pedófila”

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Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa admite casos mas não aceita generalizações. Celebrações vazias, “depressão religiosa”.

José Ornelas já reagiu ao facto de estar a ser investigado pelo Ministério Público.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa é acusado de ter protegido abusadores de menores, de ter “disfarçado” casos de abusos sexuais em Moçambique.

A denúncia foi entregue à Procuradoria-Geral da República mas o padre assegura que nada sabia deste processo.

Acho um bocado estranho: tive conhecimento desta história através de uma pessoa da comunicação social, que deve ter tido acesso a coisas do Ministério Público – que acho que deveriam estar em segredo de Justiça. E eu não sabia de nada, absolutamente de nada! Em termos de Justiça, isto deixa-me um bocadinho a desejar“, analisou, no CMTV.

O bispo da diocese de Leiria-Fátima admite casos de pedofilia envolvendo a Igreja católica, mas não admite generalizações: “Não aceito que me venham dizer que a Igreja católica é pedófila. Não. Isto é uma completa desverdade. Agora, que nós temos casos de pedofilia, temos – isso é transversal a toda a sociedade”.

José Ornelas assegura que a Igreja tem como objectivo “esclarecer realmente um passado que, tantas vezes, não cumpriu a sua missão”.

“Da nossa parte, queremos esclarecer estas coisas. E esclarecer não é simplesmente fazer uma narração do passado. É criar uma mentalidade que diga: isto não é admissível“, completou.

Celebrações com menos gente

As igrejas em Portugal estão cada vez mais vazias. Mesmo nas celebrações realizadas ao domingo de manhã.

O jornal Correio da Manhã lembra que esta tendência acentuou-se (por motivos óbvios) quando o coronavírus chegou a Portugal mas, agora, são os casos de alegada pedofilia a afastar as pessoas.

D. Manuel Linda, bispo do Porto, admitiu: “Há sempre este sentimento de choque e alguns reagirão, porventura, mais emotivamente. São capazes de ficar em estado de depressão religiosa“.

O padre António Silva acrescentou: “Quando estávamos a ver as pessoas a voltar às igrejas, surgem estas coisas que acabam por causar desconfiança nos fiéis. Temos de ser melhores”.

O exemplo dado é de uma das igrejas mais conhecidas em Portugal, a Sé de Braga. Ao domingo às 11h30 tinha “gente em pé” até perto das portas mas agora “não faltam lugares vazios”.

ZAP //

5 Comments

  1. O “Intolerável” , é que en quanto Instituição Cristã , e dentro dela tais factos acontecem e são ocultados ! …. evidentemente essas “Situações” geram um repugno justificado !

  2. Estes parasitas não têm mesmo qualquer vergonha!…
    Já era tempo de acabar com as igrejas que, como este padre vem comprovar mais um vez, está podre e não tem qualquer moral!!

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