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IEFP anuncia emprego de director com salário de 550 euros por mês

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José Sena Goulão / Lusa

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) está a oferecer, no seu site, um emprego para um cargo de director com um salário de 550 euros por mês. A situação está a gerar polémica e queixas.

O caso, denunciado pelo Correio da Manhã, envolve uma oferta de emprego no site do IEFP para um “director dos serviços de apoio social” numa empresa na área do apoio domiciliário, em Lisboa.

No anúncio salienta-se que o cargo exige experiência mínima de 12 meses e Licenciatura, notando-se que o salário bruto oferecido é de 550 euros por mês – pouco mais do que o valor do ordenado mínimo.

Reforça-se ainda que este director deverá desempenhar funções de “coordenação/assistência às equipas técnicas de apoio domiciliário, acompanhamento da parte administrativa dos processos dos utentes/familiares” e que deverá ter “bons conhecimentos na área de geriatria”.

iefp.pt

A situação está a causar revolta entre os assistentes sociais, já que o ordenado referido é metade do que ganha um profissional com esta formação em início de carreira, segundo sublinha o CM.

Contactado pelo jornal, o IEFP alega que o valor é “legítimo” porque não existe “nenhuma tabela” que regule os ordenados neste sector de actividade.

A Associação de Profissionais de Serviço Social reclama que o salário está abaixo dos valores convencionados com as Instituições Particulares de Solidariedade Social, com os Sindicatos e com o Estado, e por isso, já apresentou queixa no Centro de Emprego.

SV, ZAP

22 Comments

  1. Por outro lado á pessoas que “trabalham” nos centros emprego que nada fazem e ganham balúrdios. Sim porque uma pessoa vai aos centros emprego e grande parte das pessoas que lá “trabalham” não ajudam em nada as pessoas que lá vão pedir esclarecimentos/ajudas. Mandam-nos ir ao sit do IEFP, ora p/ isso não é necessário ter lá tanta gente a fazer de conta q trabalha…

  2. Deviam ter vergonha naquela cara de oferecerem ordenados tão baixos às pessoas! Ridículo!
    E quanto anúncios iguais a este existem, de empregos mixurucas, a pedir mil e uma experiência, mas ordenado é uma ninharia!
    Ainda pior, pois as pessoas estão desesperadas, por causa desta economia obsoleta, e respondem a este tipo de anúncios, que visam claramente explorar as pessoas por muito pouco, pois estas precisam de se alimentar!
    Ninguém deveria responder e deviam ser todos denunciados em praça pública para ver se ganhavam respeito pelos outros e vergonha na cara! Logo viam se esses patrões não mudavam de atitude!
    A crise é desculpa para muita coisa, mas não se deveria perder a ética nem a moral, que faz de nós seres humanos dignos de valor!

  3. Infelizmente também sou licenciada em Engenharia Civil e actualmente o meu salário é metade do que ganhava quando era estagiária!! Fazer o quê?? Tenho um bebe para criar e a conjuntura obriga-nos, por vezes, a este tipo de situação!! É a realidade do nosso País, infelizmente!!

  4. Por um lado as pessoas não se importavam de trabalhar por esse valor e isso influencia negativamente. Por outro, se dão 550 a um diretor é porque esperam que ele trabalhe o suficiente para o merecer, que neste caso deve ser pouco… às tantas o diretor anterior ganhava muito mais em outras “regalias”

  5. Se fosse um trabalho bem pago não havia concurso, algum familiar de um governante já teria ficado com ele. Portugal no seu melhor .

  6. Ainda dizem que o que não falta por ai é trabalho, trabalho há mas é com condições deploráveis. Bem vindos à escravatura dos tempos modernos, depois ainda dizem que as pessoas não querem trabalhar, pudera…

  7. Não é caso unico.
    Se forem ao site do IEFP vão encontrar muitas mais situações como esta.
    Há até empresas que optam vergonhosamente por ir ao IEFP buscar profissionais ao abrigo dos incentivos à contratação, isto é, a empresa propõe salário de 650€ por exemplo mas o profissional tem que estar inscrito como desempregado. O objectivo é beneficiar dos apoios em que o IEFP paga o indexante de 419€ e a empresa paga o resto. Conclusão, ficam com um empregado por 200 e tal € mês (remuneração base).
    Pergunto-me qual a lógica disto?
    Se alguém cria uma empresa privada sabe que vai necessitar de empregados, ora, assim sendo, porque carga de água tem de ser o Estado a pagar a maior parte do salário do trabalhador.
    É, claro está, a pura trafulhice nacional. Desde logo, boa parte destas empresas que se socorrem deste expediente são uma bela trampa. Não valem nada. Para mim, são oportunistas e não acrescentam valor ao tecido empresarial português. Empresas decentes não fazem isto. Quanto ao IEFP, também ganha com isto porque baixa os numeros do desemprego.
    Enfim é o que temos. Patético!

    • Patético é esse comentário. Demonstra que não percebe nada do que é ter uma empresa. Experimente criar uma e pagar do seu bolso ao empregado os 650€ mais 200 e tal da segurança social e depois diga se o incentivo do estado não é bem vindo. Experimente criar a empresa e arrancar com um custo fixo de 1000+ euros. Experimente dividir isso por 21 dias. Monte uma loja de costura por exemplo (que deve ser o que sabe fazer) e faça 50€/dia de lucro para ter o tal ordenado de 650€. Claro empresas decentes não fazem isto, como não há empresas pequenas concorrentes, têm o monopólio e praticam os preços que querem e a culpa disso é sua.

      • Não seja imbecil caro senhor!
        “Experimento pagar do meu bolso o vencimento mensal”? Ora essa, que ridiculo!
        Eu não experimento nada. VOÇÊ é que deve fazer experiencias com o dinheiro dos outros (meu incluido). Se a empresa, pela sua incompetencia enquanto patrão, não der, o Estado paga? Ou por acaso “esqueceu-se”da sua obrigação basica, de patrão privado, que é pagar os vencimentos aos seus colaboradores? Que interessante filosofia empresarial a sua! Tenha vergonha! QUANDO ABRI A MINHA EMPRESA EU SABIA QUE TINHA DE PAGAR OS VENCIMENTOS DOS MEUS COLABORADORES E NÃO O ESTADO A TER ESSE DEVER. O QUE TENHO DE FAZER É, na conta corrente com o Estado, obter os créditos devidos dentro dos prazos acordados (ou o mais cedo possivel após o prazo), desenvolver produtos inovadores, praticar uma politica de preços competitivos mas que não violem a concorrência ou estraguem mercado e partilhar proveitos( resultados) com os meus colaboradores, que sei, lutam e dão o seu melhor pela empresa.

        O seu problema deve ser o do pseudo empresário nacional. Investe hoje para amanhã ter a vivenda e o Mercedes. Assim este País não vai lá!
        Sabe, tenho 20 colaboradores e orgulho-me de todos eles. Pelo que escreveu, de forma agressiva e inconveniênte aliás, percebo que não faz sequer ideia do que isso é. Todos os dias falo com eles, todos os dias faço uma pequena reunião com eles, escutar a opinião deles, perceber qual o valor acescentado que podem trazer à empresa… E sabe que mais? Temos sucesso e gosto de pagar-lhes e premiá-los acima da média porque MERECEM.
        Pseudo empresários como você conspurcam o tecido empresarial e, como empresário que sou, ENVERGONHAM-ME.
        Percebo a sua desorientação mas, caro senhor, está enganado. Eu nunca falei em 650€mais 200 e tal. O que eu disse foi que há pseudo empresas como a sua, que pagam, dos 650€, 200 e poucos € aos quais acresce o S.A. de 4,27€ ( que é o sub.alm. da tabela do Estado) e as contribuições previstas na Lei, quer em termos de Seg. Social, quer na âmbito dos impostos. Seja verdadeiro! Estes valores (totais) não chegam sequer aos 1000€.
        E fico-me por aqui porque não estou para lhe dar aulas de gestão. Chega bem as que recebi ( hä quase 30 anos em que me licenciei em economia e finanças) e as que dei enquanto professor convidado no ISCTE de Lisboa.

  8. Não digo que seja justo o valor do ordenado oferecido, até porque 550euros só dá para a despesa da casa, mas o cargo oferecido é de director, o meu é gerente de uma empresa e ganho o mesmo valor que oferecem a esta candidatura, e no entanto não recebo prémios nem nada que se pareça, a única regalia que tenho é um telemóvel da empresa que é para estar contactável 24horas por dia 7dias por semana, e ainda trago trabalho para casa visto que na hora de expediente sou também recepcionista e coordenador de equipas, operário de trabalho e tenho que fazer tudo aquilo que os outros funcionários não conseguem. É justo não é??? Mas entre isso ou não ter sustento para a minha casa e filho acho que o melhor é mesmo agarrar o que tenho do que viver à custa dos outros, ou andar a passar fome ou fazer trafulhices, pelo menos tenho honra e valores morais para ensinar ao meu filho, mas há quem prefira não fazer nada e se fazer de coitadinho e viver à custa dos outros. Só de referir que numa empresa só a lavar carros cheguei a tirar 1000euros mês mas durou pouco e ainda hoje passado anos de ter saído(visto que a empresa foi-se) nem direitos nem indemnizações nem carta para desemprego, portanto mais vale pouco e ser estável do que muito e depois nada. Agora interpretem o que quiserem caros leitores e não leitores.

  9. Não sei qual a admiração. Existem inúmeras ofertas de emprego no IEFP à procura de licenciados, que falem diversas línguas, com ‘x’ anos de experiência a pagar o salário mínimo. Esta é mais uma. É triste e ridículo

  10. Não sei de que é que a malta se queixa…
    Ouço todos os dias montes de gente, que ganha salários baixos, a embarcar no discurso repetido até à exaustão de que entre ter trabalho mal pago e não ter trabalho, é preferível ter trabalho.
    É o estranho prazer de estarmos todos no lameiro mas gozarmos com o que está ao lado que tem a lama pelo pescoço.
    Estas generalizações de que são todos preguiçosos menos eu é além de estúpida e hipócrita, perigosa e, infelizmente infiltra até estruturas que deviam funcionar de outra forma.
    Enquanto não nos revoltarmos com a vergonha de salários que se pagam neste país, olhando só para o nosso metro quadrado de espaço que ocupamos no mundo vamos continuar divididos, como dá muito jeito a quem lucra com a situação, e as coisas não melhoram.
    Ganhem espinha e coragem para fazer o que é preciso.

  11. O problema não está nos 550€. O problema está nos salários acima das nossas possibilidades que os outros ganham. O pais é pobre e mais tarde ou mais cedo vamos pagar os excessos de todos terem Tm de ultimo modelo apesar dos 550€, carro pra todos os elementos da família , concertos, saídas à noite e tudo isto à custa dia avozinhos e piadinhas que amealharam algum. Quando o poço secar vamos comer nos uns aos outros

    • E os preços das coisas também não estão acima das nossas possibilidades?
      Então a concorrência de mercado não devia ajustar os preços ao poder de compra?
      É triste alguém dizer que o problema do país está nas pessoas que ganham 500 euros (esses privilegiados!!!) e não me venham com a letra do trabalho não qualificado porque o que se paga não tem nada a ver com a qualificação do trabalho e basta ver a quantidade de licenciados a a ganhar isso ou pouco mais.
      Paga-se 500 euros porque se pode e assim fica ainda mais no bolso que, além de não servir sequer para desenvolver as próprias empresas, sustentam as casas de férias e os carros do último modelo de muitos patrões e família.
      Pela mesma razão se foge aos impostos e depois vamos ao hospital e toma lá taxa moderadora.
      Realidade é que a assimetria entre os que ganham mais e os que ganham menos ainda aumentou mais com a “crise” e coloca-se cada vez mais a pergunta…
      Quantos pobres são necessários para fazer um rico?

  12. As DESIGUALDADES crescentes num País pelintra comandado .pelos alucinados Centeno/Costa&Companhia!!
    Colocam os que recebem pensões e salários milionários no MÁXIMO!!!
    Quem paga??
    1-Serão os (Escravos)?? Engenheiros e Directores qualificados recrutados pelos Centros de Emprego a 500€/ Mês???
    2-Ou os 12% de desempregados e pobres que lutam pela sobrevivência cada vez mais abandonados??

  13. É a lei da oferta e da procura. Talvez apareçam um ou mais interessados adequados e passe a haver diretor, ou não apareça nenhum e o salário se torne mais apelativo. Eu quando compro quero pagar pouco mas quando vendo quero ganhar bom dinheiro. Se pagam o salário mínimo terão a prestação de trabalho correspondente. Se eu pagar 10 pães na padaria não me vão dar 11 pelos meus lindos olhos…

  14. Não faço comentários ao conteúdo da notícia mas rectifico informação de parte da mesma. A dada altura escreve-se: “… notando-se que o salário bruto oferecido é de 550 euros por mês – pouco mais do que o valor do ordenado mínimo… …”. Ora, o SMN actualmente, neste ano de 2018 é de € 580,00 e não de € 550,00, dado que em Janeiro de 2018 o salário mínimo nacional sofreu um aumento de 23 euros. Assim, o valor do salário oferecido para um cargo de director – seja lá do que for -, é INFERIOR ao SMN.

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