Idosos em Portugal “têm medo” de sair de casa e “sofrem” sozinhos

Luís Forra / Lusa

Cinco cidades portuguesas são palco de concentrações, nesta terça-feira. “As pensões não chegam para as necessidades do dia-a-dia”.

“Muitas pessoas idosas encontram-se em casa a sofrer quando poderiam ter melhores cuidados”.

Muitos idosos em Portugal já estavam em situação delicada, quer a nível social, quer a nível financeiro, mas o coronavírus agravou a situação geral.

As visitas de familiares ou amigos desapareceram, os lares e centros de convívio fecharam ou ficaram muito condicionados, o isolamento aumentou.

A guerra na Ucrânia ainda veio piorar o cenário porque criou um aumento generalizado de preços.

Este contexto origina a jornada de luta, com concentrações em cinco cidades portuguesas, nesta terça-feira: Porto, Coimbra, Lisboa, Évora e Faro.

A jornada é organizada pela MURPI – Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos e pela Inter-reformados/CGTP-IN.

As prioridades são alertar para a subida dos preços dos bens essenciais, apelar ao aumento de salários e pensões (aumento extraordinário de 20 euros nas pensões), melhorar o acesso ao Serviço Nacional de Saúde e apelar ao envelhecimento com direitos.

Casimiro Menezes, do MURPI, lembrou na rádio Antena 1 que, depois de terem estado confinadas durante muito tempo, há relatos de pessoas que agora “têm receio de sair de casa” por causa da pandemia.

Além disso, as pensões “não chegam” para as necessidades do dia-a-dia, dado que houve um “aumento brutal” nos preços de bens essenciais.

Outros idosos encontram-se isolados porque têm receio de frequentar os centros de dia e os centros de convívio, que agora estão a reabrir.

Outra situação preocupante é a de idosos dependentes, que não têm acesso à estrutura dos lares de terceira idade porque “não têm possibilidades financeiras” para tal.

“Muitas pessoas idosas encontram-se em casa a sofrer quando poderiam ter melhores cuidados se fossem internados em lares”, finalizou o responsável pela confederação de reformados.

Casimiro Menezes acrescentou que muitos idosos portugueses têm cada vez mais dificuldade em, por exemplo, ir a uma consulta de acompanhamento num centro de saúde.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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