Sabemos que é difícil festejar o centenário de um ser humano, mas não sabemos qual a idade máxima que uma pessoa consegue atingir. Um novo estudo tirou as dúvidas e revelou o número.
O envelhecimento dos seres humanos é um processo complexo e de várias fases, pelo que seria difícil compactar o processo de envelhecimento num único número, como a idade biológica.
Uma equipa de cientistas da empresa Gero, em colaboração com o Roswell Park Comprehensive Cancer Centre, elaborou um estudo para definir a idade máxima que os seres humanos podem atingir, escreve o CNET.
Para calcular o número, foi usada Inteligência Artificial (IA) para analisar a saúde e dados físicos das análises ao sangue feitas a um grupo de voluntários ingleses e norte-americanos. Os cientistas conseguiram chegar a uma resposta através de uma combinação de variáveis relacionadas com a idade e as trajetórias de envelhecimento, considerando fatores como cancro e doenças neurológicas ou cardíacas.
Os investigadores concluíram que a esperança média de vida depende de dois fatores principais: a idade biológica – associada ao estilo de vida, stress e doenças crónicas – e a resiliência – relacionada com a rapidez com que uma pessoa recupera o bem-estar, após um período de doença.
O artigo científico, publicado recentemente na Nature Communications, estabeleceu os 150 anos como idade “máxima”, sendo que é no intervalo entre os 120 e os 150 que os humanos mostram uma perda completa de resiliência.
A resiliência – isto é, a capacidade de o corpo humano se recuperar de doenças, acidentes ou qualquer outra coisa que sobrecarregue os seus sistemas – diminui à medida que as pessoas envelhecem. Uma pessoa de 80 anos exige três vezes mais tempo para se recuperar do que uma pessoa de 40 anos, em média.
“Isto explica porque é que mesmo a prevenção e tratamentos mais efetivos no que toca a doenças relacionadas com a idade pode apenas melhorar a esperança média de vida, e não a máxima – a menos que se desenvolvam verdadeiras terapias anti-envelhecimento”, explicou Andrei Gudkov, citado pelo SciTechDaily.
“A investigação mostra que a taxa de recuperação é uma assinatura importante do envelhecimento que pode orientar o desenvolvimento de medicamentos para desacelerar o processo e estender a longevidade”, comentou, por sua vez, David Sinclair, professor de genética da Harvard Medical School.
A francesa Jeanne Calment faleceu aos 122 anos, em 1997, tendo sido a pessoa que viveu mais tempo de que há registo. Já a pessoa mais velha viva é a japonesa Kane Tanaka, de 118 anos, nascida em 1903.
A pessoa mais importante de que fala o artigo, é David Sinclair, de quem comprei o livro “Lifespan” no dia em que ele saíu. Quando Andrei Gudkov refere que “a menos que se desenvolvam verdadeiras terapias anti-envelhecimento”, é isso mesmo que David Sinclair tem andado a fazer: conseguir melhorar não só a “healthspan” como também a “Lifespan”.
Alguns acham que têm mais de 120 anos mas não tem como provar por documentos. Antes da ciência, os textos bíblicos já acertaram que a idade máxima que o ser humano pode atingir é 120 anos. Quem quiser conferir está em Gênesis capítulo 6, versículo 3: “Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.”
Realidade: podemos viver até aos cento e trinta anos, três meses, quatro dias e duas horas.