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Astrónomos usaram Inteligência Artificial para revelar a forma real do Universo

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(dr) The Institute of Statistical Mathematics

Cientistas usaram IA para encontrar a forma real do Universo

Devido ao ruído nos dados astronómicos, resultante de variações aleatórias na configuração das galáxias, os astrónomos nunca conseguiram apurar a verdadeira forma do Universo.

A teoria da Relatividade Geral de Einstein determina que o Espaço pode ser curvado pela massa, pelo que a densidade do Universo decide a sua forma. Os astrónomos nunca conseguiram confirmá-la, pelo menos, até agora.

O Tech Explorist explica que os dados existentes permitem estudar a estrutura do Universo em grande escala, especialmente através de medições de padrões de lentes gravitacionais.

Esta técnica tem, contudo, algumas limitações, a começar pelo facto de ser muito difícil distinguir entre uma imagem de uma galáxia distorcida por lentes gravitacionais e uma galáxia que é, de facto, distorcida. A este problema, os cientistas deram o nome de “ruído“.

Agora, com a ajuda de uma técnica de Inteligência Artificial (IA) recentemente desenvolvida, uma equipa de astrónomos do National Astronomical Observatory do Japão conseguiu eliminar o ruído dos dados astronómicos disponíveis.

Os cientistas aplicaram esta nova ferramenta aos dados obtidos a partir do Telescópio Subaru, do Japão, e verificaram que a distribuição em massa derivada da utilização deste método é consistente com os modelos atualmente aceites do Universo.

A equipa usou o ATERUI II, o supercomputador mais poderoso do mundo, para criar 25 mil catálogos de galáxias simuladas com base em dados reais do telescópio japonês. Depois, adicionaram ruído realista a estes conjuntos de dados artificiais e treinaram a IA para recuperar a matéria escura das lentes a partir dos dados de simulacro de forma mensurável.

A IA conseguiu recuperar detalhes anteriormente inobserváveis. O resultado foi uma distribuição de massa em primeiro plano consistente com o modelo padrão.

O artigo científico foi publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Liliana Malainho, ZAP //

5 Comments

  1. Nós vemos a representação gráfica da gravidade, como um lençol e bolas em cima a fazerem a curvatura.
    No entanto porque é que a representação gráfica é sempre com a gravidade (curvatura) para baixo?
    Não deveria ser para todos os lados, para todo o espaço envolvente ao lado das bola?
    E se assim fosse, então as forças anular-se-iam, e acontecia a gravidade normal do planeta para o centro.
    E não me digam que é uma grande massa (de outras galáxias ) que está abaixo do polo sul… porque essa teoria ainda é pior.

    • Normalmente, quando se faz uma representação gráfica da curvatura espacial causada por um corpo de massa, essa representação é bidimensional para facilitar a visualização, no entanto, essa curvatura ocorre realmente de forma tridimensional, ou seja, o espaço curvo envolve toda a área de superfície do corpo celeste como se fosse uma bolha. O tecido espacial é mais elástico próximo de um corpo com menos massa e menor densidade e é mais tenso e muito menos elástico próximo de um corpo celeste mais massivo e mais denso.

  2. Se partirmos do princípio que o Big Bang teve origem numa singularidade com forma perfeitamente esférica, é natural que a expansão ao ocorrer em todas as direções, embora com irregularidades por causa de diferentes velocidades do material cósmico devido às colisões do mesmo, proporcione um universo com uma forma média mais ou menos esférica que foi aumentando de volume até aos dias atuais baixando sempre a sua densidade média. Portanto, se fosse possível observar o universo de fora, veríamos uma forma quase esférica e muito luminosa a aumentar gradualmente de tamanho.

  3. A não ser que o ‘nosso’ universo seja apenas uma bolha entre muitos como espuma de sabão, obtendo cada universo a forma que o colectivo permitir. Vizinhos podem implodir e abrir assim espaço.

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