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Depois da erupção vulcânica em 79 d.C. na antiga cidade romana de Herculano que centenas de pergaminhos ficaram soterrados pelo Monte Vesúvio. Agora, através da IA, é possível ler pela primeira vez o texto de um pergaminho.
De acordo com o nature, Herculano ficou debaixo de 20 metros de cinzas vulcânicas. De referir que esta erupção também soterrou a vizinha Pompeia.
Depois desta efeméride, as primeiras tentativas de abrir os papiros criaram uma confusão de fragmentos e os investigadores temiam que os restantes nunca pudessem ser desenrolados ou lidos.
“São objetos tão loucos. Estão todos amassados e esmagados”, disse Federica Nicolardi, papirologista da Universidade de Nápoles, em Itália.
Foi então que Luke Farritor, um estudante de Ciências Informáticas, de 21 anos, ganhou um concurso mundial — “Vesuvius Challenge” — para ler pela primeira vez o texto contido num pergaminho carbonizado, que estava ilegível desde a erupção vulcânica.
Farritor, que trabalha na Universidade de Nebraska-Lincoln, desenvolveu um algoritmo de aprendizagem automática que detetou letras gregas em várias linhas do papiro enrolado, incluindo πορϕυρας (porphyras), que significa “púrpura”.
Farritor utilizou diferenças subtis e de pequena escala na textura da superfície para treinar a sua rede neural e realçar a tinta.
“Quando vi a primeira imagem, fiquei chocada“, disse Nicolardi, que também é membro do comité académico que analisou as descobertas de Farritor.
“Agora posso realmente ver o interior de um pergaminho”, acrescenta.
O desafio do Vesúvio oferece uma série de prémios, que levam um prémio máximo de mais de 600 mil euros pela leitura de quatro ou mais passagens de um pregaminho enrolado.
Nesse sentido, a 12 de outubro, os organizadores anunciaram que Farritor ganhou o prémio das “primeiras letras”, no valor de cerca de 38 mil euros, por ler mais de 10 caracteres numa área de 4 cm2 de papiro.
Por sua vez, um estudante da Universidade Livre de Berlim recebeu cerca de 9,5 mil euros por ter ficado em segundo lugar.
