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Vesúvio Challenge. Há 1 milhão de dólares em prémios para quem decifrar estes pergaminhos

(cv)

Um dos pergaminhos de Herculano.

Há um milhão de dólares em prémios para quem decifrar alguns dos pergaminhos de uma biblioteca soterrada pelo Monte Vesúvio.

Um grupo de cientistas e o antigo CEO do GitHub, Nat Friedman, estão a oferecer um milhão de dólares em prémios para quem decifrar pergaminhos recuperados de uma biblioteca soterrada aquando da erupção do Monte Vesúvio. O desafio foi chamado de “Vesuvius Challenge“.

O objetivo é “fazer história ao ler um pergaminho de Herculano por abrir pela primeira vez”. Os cientistas acreditam que é possível atingir o objetivo ainda este ano. Afinal de contas, os incentivos financeiros são bastante generosos.

A primeira equipa a decifrar quatro passagens do texto vencerá o “Grande Prémio”, no valor de 700 mil dólares. Há ainda “Prémios de Progresso”, no valor de 100 mil dólares. O primeiro destes prémios, no valor de 50 mil dólares, é para a deteção de tinta em análises 3D de fragmentos de papiro que se destacaram de alguns dos pergaminhos encontrados.

Milhares de pergaminhos faziam parte de uma biblioteca localizada em Herculano, perto de Pompeia, soterrada há quase 2 mil anos. Por causa do calor da lava, os pergaminhos foram carbonizados e agora é impossível abri-los sem que estes se desfaçam. Os documentos foram descobertos há centenas de anos e aguardam para serem lidos graças a técnicas modernas.

Alguns dos pergaminhos foram encontrados na Villa dei Papiri, uma das mais emblemáticas casas na cidade romana de Herculano. Foi propriedade do sogro de Júlio César, Lucius Calpurnius Piso Caesoninus. Os restos da casa foram escavados pela primeira vez entre 1750 e 1765 e o seu nome deriva da descoberta de uma biblioteca com 1.785 rolos de papiro carbonizados.

Os interessado em participar no Vesuvius Challenge, sejam indivíduos ou equipas, recebem análises 3D das metades superiores de dois pergaminhos intactos, bem como análise e imagens de três papiros retirados do sítio arqueológico.

De acordo com a IFLScience, os pergaminhos são propriedade do Institut de France e foram digitalizados no acelerador de partículas Diamond Light Source, em Oxfordshire, no Reino Unido.

“Mostramos como ler a tinta de Herculano. Isso dá-nos a oportunidade de revelar 50, 70, talvez 80% de toda a coleção. Construímos o barco. Agora queremos que todos embarquem e naveguem connosco”, disse Brent Seales, da Universidade de Kentucky, ao The Guardian.

Em 2015, Seales usou Inteligência Artificial para desembrulhar e ler o pergaminho En-Gedi, um texto com 1.500 anos encontrado no Mar Morto. No entanto, com a mesma técnica, Seales e os seus colegas não conseguiram revelar a totalidade dos pergaminhos.

Daniel Costa, ZAP //

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