Hugo Soares alertou para as mentiras no Parlamento – e mentiu no seu discurso

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JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.

Em causa o Conselho da Europa, a corrupção, o pai do SEF. José Luís Carneiro pediu para falar para defesa de honra.

No segundo dia do debate sobre o programa do Governo, a verdade e a mentira voltam a ser assuntos.

André Ventura disse que o Conselho da Europa é “uma organização de tachos” e que é só por isso que alerta para o crescimento do discurso de ódio em Portugal, incluindo por parte de políticos.

Era uma reacção a um relatório da Comissão Europeia contra o Racismo (órgão do Conselho da Europa) divulgado nesta quarta-feira – que, entre outros avisos, alerta para discursos inflamados de políticos da extrema-direita em Portugal; Ventura já se tinha afastado de qualquer responsabilidade, antes do debate.

Voltando às intervenções no Parlamento, o presidente do Chega também disse que o Conselho da Europa nunca fala de corrupção. Porque não interessa aos seus elementos.

“Ou André Ventura quis mentir, ou é por ignorância”, reagiu Hugo Soares, que falou logo a seguir. O líder parlamentar do PSD lembrou que o Conselho da Europa é responsável pelo Greco, que é focado precisamente na prevenção da corrupção na Europa e nos EUA.

Aguiar Branco pediu depois para parar o cronómetro – havia muito barulho no Palácio de São Bento – depois deste “momento de descompressão” protagonizado por Hugo Soares.

“Se entender que repor a verdade é descompressão, conte comigo para continuarmos a ter momentos destes”, reagiu o deputado do PSD.

O papel de Carneiro

Quando Hugo Soares acabou de falar, José Luís Carneiro pediu a palavra para defesa da honra.

Hugo Soares tinha dito na sua intervenção que Carneiro “ficará para a história como o pai da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)”.

O deputado do PS avisou que isso é mentira: “Como Hugo Soares fez questão de sublinhar, todo o rigor no uso do discurso público é absolutamente decisivo. Fez bem em ter afirmado que o Conselho da Europa emite relatórios sobre a corrupção, o que é verdadeiro”.

“Mas não podia deixar passar o facto de ter afirmado que fui eu que decidi a extinção do SEF. Quem decidiu foi o Parlamento em Novembro de 2021; eu assumi funções (como Ministro da Administração Interna) em Março de 2022“, lembrou.

Hugo Soares aproveitou para alargar a crítica: “Eu vou dar de barato que o senhor não foi mesmo o pai da extinção do SEF. Se não quer assumir essa paternidade, eu tenho todo o gosto em estendê-la a todo o Partido Socialista”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. É esta Ladrada que é o “deixem o Luis trabalhar”.
    Olhem ò PSD´s, vejam lá se trabalham mais e ladram menos, estão a ser pagos a peso de ouro.
    Se precisam Ladrar para se evidenciarem e se afirmarem, escolham outro local e que não seja pago por COntribuintes.

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