A filial suíça do banco HSBC ocultou fundos de suspeitos de crimes, incluindo de pessoas alegadamente implicadas na lavagem de dinheiro ou em casos de corrupção, de acordo com o diário britânico The Guardian.
Apesar de estar obrigado, desde 1998, a rever a situação de clientes considerados de alto risco, a entidade viabilizou contas de clientes implicados em importantes escândalos em África, como os empresários quenianos Deepak Kamani e Anura Perera, alegadamente implicados num caso de corrupção no Quénia, de acordo com o jornal.
O HSBC também detinha ativos de banqueiros acusados de roubar fundos das antigas repúblicas soviéticas e facilitou contas a pessoas alegadamente relacionadas com o tráfico de cocaína na República Dominicana, acrescentou o The Guardian.
O diário referiu Vladimir Antonov, suspeito de ter roubado fundos do banco Lithuanian Snoras.
Em contacto com o The Guardian, o banco admitiu que depois da compra da filial de Genebra em 1999 foram mantidas muitas contas “de risco”, mas recusou falar sobre clientes.
O HSBC indicou ter tomado medidas para resolver estes problemas e fechou contas de pessoas incapazes de demonstrar o cumprimento de obrigações fiscais.
A informação divulgada, na sequência de uma investigação batizada “Swissleaks” a partir de documentos do informático Hervé Falciani, ex-trabalhador do HSBC em Genebra, diz respeito a contas no valor de mais de 100 mil milhões de dólares de 106 mil clientes de 203 países.
A comissão de Finanças do Parlamento britânico já anunciou que vai chamar, para prestar declarações, representantes do HSBC e a autoridade fiscal do Reino Unido para esclarecer as acusações de evasão de impostos através da filial suíça da entidade.
O presidente da comissão, o conservador Andrew Tyrie, expressou a sua preocupação depois de a comunicação social britânica ter divulgado esta semana que as Finanças receberam, em 2010, dados sobre cerca de 1.100 contribuintes que não pagaram impostos. Apenas um foi processado.
ZAP