Hospital das Forças Armadas em risco de colapso por conta do Governo

EMGFA

A Coronel Regina Mateus, diretora do Hospital das Forças Armadas

O Hospital das Forças Armadas (HFAR) está em risco de colapso, podendo ver-se obrigado a reduzir drasticamente os serviços prestados e transferir doentes para hospitais do Serviço Nacional da Saúde (SNS) por falta de profissionais.

Em causa está a não renovação, por parte do Governo, dos contratos de avença a mais de 220 médicos, enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais. Ao Correio da Manhã, as associações militares mostram-se “muito preocupadas”. O problema é transversal aos polos de Lisboa e do Porto.

A situação poderá, já a partir de 1 de janeiro, levar ao encerramento de urgências e de quase 70 camas de internamento, bem como de uma “fortíssima” redução de cirurgias, consultas e exames, com atrasos em diagnósticos e tratamentos.

Os contratos do Governo eram imprescindíveis para compensar o défice grave no quadro de recursos humanos, escreve o Diário de Notícias.

A direção do HFAR já teve de elaborar um plano de contingência, no qual detalha as consequências operacionais da falta de mais de 200 profissionais de saúde, cujos contratos não deverão ser renovados.

A partir de 2023 vão encerrar 68 camas de internamento, em Lisboa e no Porto; vai haver uma drástica diminuição de capacidade nos cuidados intensivos; 20 mil consultas e 200 cirurgias vão ser suspensas; 50% de toda a atividade da área administrativa vai diminuir; as listas de espera de doentes vão aumentar e valências clínicas vão fechar; e, por fim, as áreas da manutenção do equipamento hospitalar e da energia, e a distribuição das águas também serão afetadas.

“É uma enormidade o que se está a passar. Depois de tudo o que as Forças Armadas e especificamente o HFAR fizeram no apoio ao SNS durante a pandemia e que continuam ainda a fazer, recebendo doentes de outros hospitais e centenas de doentes não militares, é um grande murro no estômago”, assumiu ao Diário de Notícias uma alta patente militar que tem acompanhado processo.

“A situação coloca em causa os cuidados de saúde e leva à transferência de doentes para o Serviço Nacional de Saúde”, avisa ao Correio da Manhã o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

ZAP //

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