Hospitais obrigados a pedir médicos à hora para assegurar urgências nas férias

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De norte a sul do país, há muito hospitais que precisam de recorrer a médicos contratados à hora para assegurar o funcionamento das urgências durante períodos festivos, como o período do Natal e do Ano Novo que se aproxima.

Esta informação é avançada pelo Diário de Notícias, que teve acesso a anúncios de contratação de clínicos para turnos em aberto no mês de dezembro, em cerca de uma dezena de unidades hospitalares, através de empresas de prestações de serviços na área da saúde.

É no Centro Hospitalar do Algarve e no Hospital Fernando Fonseca, Amadora-Sintra, que há maior necessidade de recorrer a médicos tarefeiros por serem dos que apresentam maior carência de recursos humanos.

A urgência geral do Amadora-Sintra apresenta necessidades em 18 dos 31 dias do mês e paga 24 euros por hora aos médicos contratados para trabalharem no Natal e no Ano Novo, mais quatro euros do que os habituais.

Este reforço surge para fazer face ao fluxo muito elevado de doentes e serve também como um reforço anual na altura do período da gripe. Além disso, este reforço surge também da normal redução de pessoal em períodos de festa.

Ao DN, uma fonte do Amadora Sintra adianta que o recurso a empresas de trabalho temporário deve-se à impossibilidade prática de contratação direta e imediata.

Em Faro, por outro lado, as empresas de prestação de serviços receberam pedidos para preencher horários em 28 dias do mês de dezembro. Além de Faro, há pedidos de médicos para o hospital de Portimão e para os serviços de urgência de Vila Real de Santo António, Albufeira e Loulé.

Esta região é a que sofre maior pressão turística durante a época de passagem de ano. Os pedidos são para turnos de 12 horas, com cada hora a ser paga a 20 euros.

O conselho de administração da unidade Algarvia lembra que o Algarve sofre de uma carência crónica de profissionais médicos e que esta é uma solução que garante uma resposta local e regional aos utentes que acorrem aos serviços médicos. Assim, evita-se a transferência hospitalar para fora da região – salvo casos de elevada complexidade.

O DN revela ainda outros hospitais que estão a pedir médicos para o período festivo que se avizinha.

O Hospital de Águeda necessita de clínicos que preencham turnos em cinco dias de dezembro; o Hospital de Aveiro e o Hospital Pêro da Covilhã precisam de médicos para nove dias e as urgências da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco precisam de profissionais de saúde para seis dias do mês.

As necessidades dos Hospitais, nomeadamente a falta de contratações, são sujeitas a críticas. O Sindicato Independente dos Médicos e a Ordem dos Médicos criticam o facto do Serviço Nacional de Saúde não estar a contratar médicos recém-formados para suprir estas necessidades.

Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, lamenta que haja especialistas recém-formados a ir para o privado, ou até mesmo a emigrar, por não terem lugar no Serviço Nacional de Saúde.

ZAP //

1 Comment

  1. É incrivel! Já tive de trabalhar quando todos estavam de férias (Natal, Ano Novo e Verão, sem falar em feriados) e os médicos não podem? Mas o que é isto? Agora os hospitais trabalham para agradar os médicos (que querem férias TODOS na mesma altura)? Mas estão todos a dormir? Em quase lado nenhum existe férias á medida (essencialmente no público) e aqui não devia (nem podia) ser igual. Administrações privadas (da treta): Vamos lá tirar o dedo d c… e começar a trabalhar como deve ser. Isto não é só protestar que não têm dinheiro (qeu, ou é roubado/desviado ou mal gerido)! Também é trabalhar!
    Médicos a trabalhar nas férias? Vamos lá a isso! Não gostam ou não querem? Há muitos médicos (ao contrário do que dizem) que estão dispostos a isso! E não me venham com os direitos. As “regalias” devem ser para todos ou para nenhum! Tenho dito!

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