Autoridades de Hong Kong negam entrada ao diretor-executivo da Human Rights Watch

coolloud / Flickr

O diretor executivo da Human Rights Watch (HRW), Kenneth Roth

As autoridades de Hong Kong negaram, este domingo, a entrada ao diretor-executivo da Human Rights Watch (HRW), informou a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos.

Kenneth Roth planeava lançar esta semana, em Hong Kong, o relatório anual da organização, mas as autoridades desta região administrativa da China negaram-lhe a entrada.

O relatório, segundo indicou a Human Rights Watch num comunicado, irá “destacar a intensificação do ataque do Governo chinês ao sistema internacional de direitos humanos”.

A decisão de impedir a entrada de Roth naquele território surge depois de Pequim ter prometido, em dezembro, que iria sancionar as organizações que, segundo as autoridades chinesas, tinham “realizado um mau trabalho” em relação aos protestos anti-governamentais que agitam Hong Kong há mais de sete meses.

A Human Rights Watch, a National Endowment for Democracy e a Freedom House constavam entre as organizações mencionadas por Pequim.

Citado pela agência Associated Press (AP), Kenneth Roth, cidadão norte-americano, relatou que as autoridades de imigração no aeroporto disseram que não podia entrar em Hong Kong, mas sem esclarecerem os motivos dessa decisão.

Os protestos em Hong Kong começaram, em junho de 2019, na sequência da apresentação de um projeto de lei que visava permitir extradições para a China continental, cujos tribunais são controlados pelo Partido Comunista.

Depois de retirada a polémica lei da extradição, graças a uma cedência do Governo, os protestantes têm mais quatro exigências: uma comissão de inquérito para investigar as acusações de brutalidade policial; libertação e amnistia para os manifestantes detidos; a garantia de que os protestos não são classificados como motins; e o sufrágio universal para o Conselho Legislativo e o Executivo.

ZAP // Lusa

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