/

Homo erectus viveram mais tempo do que se pensava

Tim Evanson / Wikimedia

Um modelo do rosto do Homo erectus

Uma equipa de cientistas afirma ter calculado, finalmente, a idade dos fósseis de Homo erectus encontrados, nos anos 30, na Indonésia. Serão os vestígios mais recentes desta espécie humana já extinta.

De acordo com o Independent, os fragmentos de crânio fossilizados e outros ossos deste Homo erectus foram descobertos na ilha de Java, na Indonésia, nos anos 30, mas determinar a sua idade tem sido um desafio ao longos dos tempos.

Agora, uma equipa de cientistas, cujo estudo foi publicado na revista Nature, aponta que estes fósseis podem ter entre 117 mil e 108 mil anos. A nova datação torna estes vestígios os mais recentes desta espécie humana já extinta.

O Homo erectus surgiu em África há cerca de dois milhões de anos e, para além de se ter espalhado por todo o continente, também conquistou outros, como a Ásia e possivelmente a Europa. Chegou a Java há mais de 1,5 milhões de anos e a nova datação sugere que morreu pelo menos 35 mil anos antes da chegada da nossa espécie, o Homo sapiens.

As investigações arqueológicas concluíram ainda que estes indivíduos terão sido vítimas de “um evento de morte em massa”, que coincidiu com as mudanças ambientais que transformaram o seu ambiente de floresta aberta em floresta tropical.

Russell L. Ciochon, investigador da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, acredita que o Homo erectus era demasiado dependente da floresta aberta e não se conseguiu adaptar ao novo ambiente.

Segundo a BBC, noutras ilhas do Sudeste Asiático, o Homo erectus parece ter evoluído para formas menores, como o Homo floresiensis — o chamado “Hobbit” —, nas Flores, e o Homo luzonensis, nas Filipinas. Isso provavelmente aconteceu porque havia recursos alimentares escassos nessas ilhas.

Mas, em Java, parece que houve comida suficiente para o Homo erectus manter o seu tamanho original. Os espécimes encontrados em Ngandong deveriam ter entre 1,50 e 1,80 metros de altura, comparáveis aos exemplos de África e de outros lugares da Eurásia.

“Compartilhando faixas temporais semelhantes, ambas representam três trajetórias evolutivas do Homo nas ilhas do Sudeste asiático, cada uma das quais terminou em extinção, constatam os autores do estudo, citados pelo jornal Público.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.