Holanda entra em 2018 um pouco maior

A Holanda entrou no ano de 2018 com o seu território um pouco maior – precisamente 16,3 hectares, graças a um acordo com a vizinha Bélgica.

Quase dois séculos depois, a fronteira com a Bélgica é alterada. A Holanda começa assim o novo ano com o seu território um pouco maior.

Segundo a Deutsche Welle, a mudança deu-se devido ao redesenho da fronteira ao longo do rio Maas. A Holanda ganhou assim duas penínsulas da área combinada – 16,3 hectares, o equivalente a 23 campos de futebol. Em contrapartida, a Bélgica passou a ser dona de outra península, outrora holandesa, equivalente a quatro campos de futebol.

Esta mudança entre as cidades de Vise, na Bélgica, e Eijsden, na Holanda, resulta de um acordo bilateral assinado em novembro. Este acordo representa a primeira alteração da fronteira desde 1843.

O rio Maas, usado como referência na fixação da fronteira entre a Holanda e a Bélgica no século 19, mudou o seu curso depois de se terem efetuado obras entre as décadas de 1960 e 1980. Esta mudança fez com que as penínsulas trocassem de país e houve, assim, a necessidade do acordo bilateral.

A necessidade de uma redefinição da fronteira revelou-se um problema há alguns anos. Em 2013, por exemplo, um casal holandês encontrou um cadáver durante uma caminhada numa das penínsulas. O casal ligou para a polícia holandesa, que não pôde fazer nada porque o corpo estava em território belga, embora do lado holandês do rio.

Por sua vez, as autoridades belgas tiveram dificuldades no acesso à cena do crime, porque a polícia belga não pode cruzar a fronteira holandesa sem uma autorização especial. A solução passou na aproximação do local de barco.

No entanto, como não havia porto para atracar, as autoridades tiveram de “ficar a dar voltas na água perto da península”, tal como conta Jean-François Duchesne, comissário da polícia local.

“O acordo mostra que as fronteiras podem ser alteradas pacificamente”, afirma o ministro do Exterior belga, Didier Reynders.

À hora desta edição, o Google Maps ainda mostra o traçado antigo da fronteira, com as penínsulas do “lado errado” – algo que o serviço irá certamente alterar em breve.