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Depois da H&M, Adidas e Nike são alvo de boicote na China

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Marcas estrangeiras como a Nike e a Adidas foram na quinta-feira fortemente criticadas nas redes sociais chinesas, após a ofensiva de Pequim contra a marca sueca de vestuário H&M.

Segundo noticiou o Expresso, plataformas de comércio eletrónico na China deixaram na quinta-feira de mostrar a loja digital da H&M, meses após a empresa suspender a utilização do algodão de Xinjiang devido à alegada utilização de trabalho forçado naquela região.

Na quarta-feira, o Comité Central da Liga Comunista da Juventude chinesa publicou uma mensagem, na Weibo, questionando: “Querias ganhar dinheiro na China enquanto espalhas boatos para boicotar o algodão de Xinjiang? Querias!”. A publicação incluía um comunicado da H&M, onde esta afirmava proibir “qualquer tipo de trabalho forçado” na sua cadeia de produção “independentemente do país ou região”.

Também a Nike, que em 2020 emitiu uma declaração semelhante à da H&M, foi atingida, com o ator Wang Yibo a rescindir o contrato publicitário com a marca. De acordo com a agência Reuters, o boicote pede ainda que a Adidas abandone a China.

A Better Cotton Initiative (BCI) – grupo internacional que promove a produção sustentável de algodão -, suspendeu em outubro a aprovação do algodão de Xinjiang para a temporada 2020-2021, devido à questão dos direitos humanos.

Estes apelos a um boicote surgiram na mesma semana em que a União Europeia, o Reino Unido, o Canadá e os Estados Unido anunciaram sanções contra quatro indivíduos e uma instituição chinesa por alegadas violações dos direitos humanos em Xinjiang. Em resposta, a China aplicou sanções contra dez indivíduos e quatro instituições europeias.

China bane deputados britânicos após sanções

A China impôs sanções contra nove cidadãos britânicos, incluindo cinco deputados, por divulgarem “mentiras e desinformações” sobre o país, em retaliação às sanções aprovadas pelo Reino Unido por causa da repressão aos uigures, avançou esta sexta-feira o Público.

Os alvos destas sanções ficam impedidos de viajar para a China, Hong Kong e Macau, terão as suas propriedades congeladas na China e impedidos de negocias com empresas do país.

“É o nosso dever denunciar os abusos de direitos humanos do Governo chinês em Hong Kong e o seu genocídio contra o povo uigur”, reagiu o deputado Iain Duncan Smith, um dos visados, frisando: “Os que vivem em liberdade e num estado de Direito têm de falar pelos que não têm voz”.

As sanções incluem deputados e membros da Câmara dos Lordes, um advogado, uma académica especialista na minoria uigur, o Grupo de Investigação sobre a China e grupo de investigação independente Tribunal Uigur.

“Isto é um aviso a todos os países democráticos e deputados de que não poderão prosseguir com o seu trabalho sem que a China os sancione apenas por exporem o que está a passar-se em Xinjiang e os abusos contra os uigures”, disse a deputada Nusrat Ghani à BBC. “Não me deixarei intimidar. Isto deixou-me mais determinada”, frisou.

https://twitter.com/Nus_Ghani/status/1375335600094646276

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raad, disse que “se Pequim quer refutar as alegações sobre abusos de direitos humanos em Xinjiang de forma credível, deve permitir ao Alto Comissário dos Direitos Humanos da ONU acesso total para verificar a verdade”.

Taísa Pagno //

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