Cavalos, bisontes e outros grandes herbívoros podem ser usados para ajudar a salvar a grande parte do permafrost que ainda resta.
De acordo com a revista Newsweek, o novo estudo sugere que 80% do permafrost pode ser preservado, até 2100, com a intervenção de animais como, por exemplo, cavalos, bisontes e renas.
Segundo os cientistas, cujo estudo foi publicado, esta terça-feira, na Scientific Reports, estes grandes herbívoros podem ajudar a proteger as regiões cobertas de permafrost, porque os seus cascos espalham e comprimem a cobertura de neve.
Anteriormente, estudos observacionais mostraram que a profundidade da cobertura de neve pode ser significativamente reduzida apenas com a presença de animais em pastoreio. Cem herbívoros num quilómetro quadrado de terra, por exemplo, podem reduzir pela metade a profundidade média da neve. Mas, agora, os cientistas da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, olharam para o que aconteceria se isso fosse aplicado a todo o círculo do Ártico.
Modelos computacionais baseados nessas observações, bem como em dados sobre fatores como a profundidade da neve, a temperatura da superfície e a cobertura do solo, foram usados para calcular quanto permafrost poderia ser economizado.
Os investigadores descobriram que, num cenário em que as emissões de gases de efeito estufa permanecem sem controlo (RCP 8.5), as temperaturas do permafrost devem aumentar 3,8°C.
Mas este número pode ser reduzido 44% para 2,1°C se a área for repovoada com grandes herbívoros. O estudo sugere que isso seria suficiente para economizar 80% do permafrost nos dias de hoje.
Os cientistas consideraram os efeitos colaterais adversos da introdução de animais em pastoreio, mas afirmam que os aspetos positivos superam os negativos. No entanto, apontam que, como se trata de um primeiro experimento, o estudo não considera necessariamente todos os processos ecológicos e físicos e, por isso, requer uma investigação mais aprofundada.