HAITHAM IMAD / EPA

Combatentes palestinianos das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam do Hamas escoltam reféns israelitas
Grupo islamita, que já tinha garantido estar pronto para entregar o governo de Gaza se Israel puser fim à ofensiva, também deixou um “aviso” aos Estados Unidos.
O grupo islamita palestiniano Hamas admitiu esta sexta-feira libertar todos os reféns na Faixa de Gaza, caso haja garantias do fim da “guerra genocida” contra o enclave de que acusa Israel.
Um alto responsável dos islamitas, Sami Abu Zuhri, declarou que o Hamas está disponível para “libertar todos os prisioneiros num só grupo”, se houver “garantias internacionais” quanto ao fim da ofensiva, de acordo com o jornal palestiniano Filastin.
Israel relançou a sua ofensiva contra Gaza a 18 de março, depois de ter quebrado o cessar-fogo assinado em janeiro com o Hamas.
Desde essa altura, o Exército israelita intensificou os seus ataques contra o enclave e rejeitou a possibilidade de um acordo, insistindo que tenciona garantir a libertação dos reféns por meios militares.
No início do mês, o Hamas já tinha garantido estar disposto a entregar imediatamente o controlo do governo em Gaza a um ator palestiniano consensual se Israel puser fim à ofensiva.
O Hamas está “pronto para entregar imediatamente o governo de Gaza a um organismo nacional e profissional palestiniano, desde que seja consensual”, disse o principal negociador do Hamas nas conversações com Telavive.
Al-Hayya também denunciou que Israel insiste em manter o controlo total sobre a ajuda humanitária, através de um mecanismo (a Fundação Humanitária para Gaza, ou GHF) que tem sido criticado por organismos internacionais e pela ONU por considerar que não cumpre os princípios humanitários básicos da distribuição de ajuda.
A ofensiva israelita, lançada após os ataques lançados pelo Hamas e por outras fações palestinianas a 7 de outubro de 2023 — que fizeram cerca de 1.200 mortos e quase 250 sequestrados, segundo o Governo israelita — já provocou mais de 55.700 mortos e 130.000 feridos, segundo informações das autoridades do enclave palestiniano.
“Irão? Não se envolvam, EUA”
Sobre uma outra frente de guerra, Abu Zuhri voltou a condenar a ofensiva israelita contra território iraniano, dizendo que “a agressão contra o Irão é uma agressão contra todos, e os povos livres do mundo devem enfrentá-la”.
“Apoiamos o Irão no combate à agressão sionista e avisamos os Estados Unidos para que não se envolvam na batalha”, acrescentou o dirigente do Hamas.
A 13 de junho, Israel lançou uma onda de ataques contra instalações nucleares iranianas e áreas residenciais na capital, Teerão, e contra outros locais no Irão.
As autoridades iranianas aumentaram o número de mortos vítimas destes ataques para mais de 224, admitindo a existência de milhares de feridos. Em Israel, as autoridades reportaram a morte de pelo menos 24 pessoas nos ataques de retaliação iranianos.
ZAP // Lusa
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