Hamas aberto a governo único em toda a Palestina

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Rusty Stewart / Flickr

O Hamas está aberto ao estabelecimento de um governo palestiniano único para a Cisjordânia e Faixa de Gaza, afirmou esta terça-feira o líder do movimento islamita, Ismail Haniya.

“Recebemos muitas iniciativas em relação à situação interna [da Palestina] e estamos abertos à ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza”, disse Haniya num discurso transmitido pela televisão.

O Hamas controla desde 2007 a Faixa de Gaza, onde o movimento islamita trava uma guerra com Israel, enquanto a Cisjordânia, onde também têm ocorrido incidentes com colonos e Exército israelita, é sede da Autoridade Palestiniana, liderada por Mahmoud Abbas.

Além da abertura para negociações no final da guerra, Haniyah afirmou que, “a cada dia que passa, a resistência e a confiança na vitória ficam mais fortes” e que Israel “está destinado à derrota”.

“Esta agressão terminará sob os golpes da resistência e da tenacidade do nosso povo. O ocupante não tem outra escolha senão submeter-se à vontade do nosso povo”, insistiu.

O líder político do Hamas, residente no Qatar, sublinhou igualmente que “a conspiração para deslocar [o povo palestiniano] não será alcançada”, após dois ministros israelitas de extrema-direita terem defendido uma saída voluntária dos palestinianos da Faixa de Gaza.

A expulsão de uma população do seu território é proibida pelas convenções de Genebra, que constituem os fundamentos do direito humanitário internacional.

Embora se perfile uma trégua humanitária condicionada às exigências das várias partes, o conflito desencadeado a 7 de outubro prossegue sem fim à vista. Aliás, esta segunda-feira, o primeiro dia de 2024, um porta-voz do exército israelita deixou a garantia: a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza vai continuar “durante todo o ano” de 2024.

Com as forças israelitas a reforçarem o seu controlo em Gaza e a destruírem os centros de poder do Hamas e infraestruturas civis, EUA, União Europeia, Nações Unidas e países árabes já começaram a tomar posição sobre a administração do território pós-guerra.

Reféns só são libertados nas condições do Hamas

No mesmo discurso transmitido esta terça-feira, o dirigente político referiu-se aos reféns israelitas em posse do Hamas, insistindo que só serão libertados de acordo com as condições do movimento islamita palestiniano.

“Os prisioneiros do inimigo só serão libertados nas condições estabelecidas pela resistência”, declarou Haniya.

O Hamas sequestrou cerca de 250 pessoas durante o seu ataque em solo israelita em 07 de 0utubro, das quais 129 ainda estão detidas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades israelitas.

Anteriormente, o Hamas afirmou reiteradamente que só libertará os reféns quando Israel cessar a sua campanha militar na Faixa de Gaza.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Em Portugal no tempo das ex-colónias os nossos jovens iam para a guerra combater os “terroristas”. Hoje os “terroristas” têm o seu próprio país sendo donos do seu próprio nariz e ninguém poe esse seu direito em causa.

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