As operações de mineração num dos maiores depósitos de ouro da Rússia, em Aldan, incluem um método que deixa rastos na paisagem. E são visíveis do Espaço.
A imagem de satélite, tirada em setembro de 2019, revela um confuso labirinto no leste da Rússia, criado por humanos e pelas suas máquinas.
Na verdade, estes “rabiscos” representam um local que faz parte do campo de minério de Kuranakh, que se estende por mais de 1.550 quilómetros quadrados e representa um dos maiores depósitos de ouro do país.
Segundo o Atlas Obscura, as operações de mineração na área, localizada no distrito de Aldan, na República de Sakha (Yakutia), decorrem desde a descoberta do depósito, em 1947.
Desde meados da década de 1960, a mineração a céu aberto em grande escala gravou uma assinatura na paisagem. Mas o labirinto irregular representa uma outra abordagem: mineração de placer com dragas de ouro.
Não é por acaso que os “rabiscos” da imagem seguem o curso de um antigo afluente do rio Aldan. Esta forma de mineração de ouro baseia-se na recolha de pedaços deste mineral que se acumulam, normalmente, em leitos de rios e riachos.
Quando um filão sofre erosão, as peças de ouro podem ficar concentradas em rios e riachos em depósitos de placer – depósitos de minerais densos e de longa duração, que se encontram onde a corrente de água em que são transportados se torna muito lenta.
Tal implica que os mineiros usem equipamento de dragagem.
As dragas de ouro desenterram os sedimentos e separam grandes rochas e outros materiais indesejáveis, deixando para trás longas filas desenhadas à medida que as máquinas se movem. O trajeto é visível do Espaço.
A mineração a céu aberto em grande escala continua até hoje. Técnicas de corte, perfuração e detonação são agora usadas para ter acesso ao minério, que é, depois, processado numa central local.