Os cientistas conseguiram observar o processo químico que leva à formação das presas de cobre no verme Glycera dibranchiata.
As presas do Glycera dibranchiata são produzidas graças à preciosa ajuda de uma proteína, melanina e cobre — uma composição bastante incomum no reino animal.
De acordo com a New Scientist, estes vermes usam cobre de sedimentos marinhos para formar estas presas, num processo inusitado que acaba de ser descoberto por uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, nos Estados Unidos.
A equipa utilizou técnicas avançadas de análise molecular e mecânica e modelação para investigar a composição e funções das presas destes vermes e descobriu que uma proteína controla o processo em várias etapas.
Segundo o portal, a proteína “recruta” cobre, mistura-o numa solução aquosa, depois separa-o para produzir um líquido viscoso que, por fim, catalisa a conversão de um aminoácido disponível em melanina.
Embora a melanina sirva frequentemente como pigmento para traços de cor noutros animais, parece tornar as presas do verme mais resistentes.
Através deste processo, o animal é capaz de sintetizar facilmente um material que, se fosse criado em laboratório, seria produzido por um processo complicado que envolveria muitos aparelhos, solventes e temperaturas diferentes.
“Não esperávamos que uma proteína com uma composição tão simples, principalmente glicina e histidina, desempenhasse tantas funções e atividades não relacionadas”, detalhou o investigador Herbert Waite.
Esta descoberta poderia levar os engenheiros a melhorar a conceção e fabrico de materiais compostos, como betão e pneus de borracha.
O artigo científico foi publicado, a 25 de abril, na Matter.