Cientistas acreditam que os indivíduos que já alcançaram a meta de um milhão de euros têm mais tolerância, capacidade de correr risco, abertura, extraversão e consciência.
É um sonho de muitos, mas ao alcance de poucos: partir de posições pouco privilegiadas e a partir daí construir um caminho rumo à riqueza, de preferência de milhões. No entanto esta é uma meta apenas ao alcance dos que têm um perfil muito próprio, já que os cientistas conseguiram isolar os traços de personalidade comuns aos maiores criadores de riqueza do mundo.
Num novo artigo científico, os investigadores explicam que calcularam o património líquido dos residentes alemães utilizando dados do Painel Sócio-Económico Alemão. Entre eles encontravam-se pessoas que pertenciam à categoria “muito ricos” que, para efeitos deste estudo, foi definida como um património líquido superior a 1 milhão de euros. As pessoas da categoria “não-ricos” tinham menos de 800 mil euros.
Conseguiram também analisar como foi conseguida a riqueza dos indivíduos em questão, identificando as fontes dos seus bens, sejam elas emprego próprio, empreendedorismo, presentes, casamento ou herança. Toda esta informação foi posteriormente cruzada com os resultados dos inquéritos aos participantes que exploraram os tipos e traços de personalidade.
“Mostramos que os ricos são mais elevados em tolerância, risco, abertura, extraversão e consciência, sendo mais baixos em neuroticismo”, apontam os autores do estudo. “Estes resultados alargam e complementam as investigações existentes sobre milionários e que incidem sobre o comportamento, o uso do tempo e a felicidade, mas também fornecem uma imagem consistente e robusta dos traços de personalidade que caracterizam os ricos”.
Os participantes que refletiram mais fielmente os cinco traços vencedores provêm principalmente do grupo dos que construíram a sua própria riqueza, seguidos daqueles cuja riqueza provém de uma mistura de meios herdados e trabalho próprio. A categoria que se enquadrava menos cinco traços definidos eram aqueles cuja riqueza era, na sua maioria, resultado de heranças e dádivas.
Segundo o IFL Science, o estudo identifica também uma correlação entre os traços de personalidade e a natureza da riqueza. Tal pode justificar-se com o facto de que os indivíduos que produziram a sua própria riqueza e foram inseridos categoria “não-rica” também se mostraram razoavelmente bem adaptados aos cinco traços, mostrando que existem muitos factores que influenciam a riqueza para além da personalidade.
Em vez disso, os investigadores dizem que as suas conclusões são “sugestivas de uma configuração única de traços de personalidade que contribuem para o sucesso económico dos milionários por mérito próprio”.
Se eu tivesse um milhão, também arriscaria mais….