Nas questões sobre Química desta prova do 11.º ano apresenta-se um resultado de uma experiência que está errado. Iave garante que não terá impacto nos resultados dos alunos.
Foi uma professora que alertou o jornal Público na manhã de quarta-feira para o “erro científico” no enunciado do exame de Física e Química A da 2.ª fase, realizado na quinta-feira por cerca de 21 mil alunos.
O secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Química (SPQ), Adelino Galvão, disse que o erro “não devia ter acontecido”, mas, como aconteceu, “nenhum aluno será prejudicado”.
Em causa está a questão 1.2 do grupo II que tem na base o relato de uma experiência química. Só que o resultado apresentado para esta experiência está errado, confirmou também Adelino Galvão. No enunciado afirma-se que “arrefecendo uma solução contendo iões [FeSCN]2+ (aq), observa-se que a cor vermelha da solução vai ficando menos intensa”. Ora o que acontece é exatamente o contrário. Ou seja, ao arrefecer esta solução, a cor vermelha vai ficando “mais intensa”.
Questionado sobre o caso, o Instituto de Avaliação Educativa (Iave) não reconhece explicitamente a existência do erro, optando antes por indicar que a pergunta em causa “descreve o resultado hipotético de uma atividade experimental” e que, deste modo, “a única interpretação possível é a que consta nos critérios de classificação” elaborados por este organismo para serem seguidos pelos professores classificadores.
Adelino Galvão refere que a SPQ já tinha alertado o Iave para esta questão, que teve “resposta em menos de 24 horas” com a confirmação de que o erro “não terá repercussão nos resultados”.
“Os exames são feitos por humanos e, por vezes, há erros. O que me preocupa mais neste caso é que este erro se possa propagar no futuro, já que os alunos treinam para exames com base nos enunciados de provas anteriores”, refere o secretário-geral da SPQ.
Mas o exame de Física e Química não foi o único exame com falhas. Na quarta-feira, foi noticiado que o exame de de Matemática Aplicada às Ciências Sociais (MACS), uma disciplina no currículo dos alunos de Línguas e Humanidades, continha um “erro grave” numa das questões feiras. O professor da Póvoa do Lanhoso que detetou o caso garantiu aquela questão, na forma como foi formulada, “não tem resposta”.
Já no exame de Português, pela primeira vez, foi pedido aos alunos que interpretassem um poema de Camões que não tinha sido lecionado nas aulas. Foi uma professora que alertou o Iave)do facto de o excerto – estâncias 26 a 29 do Canto VI – da obra Os Lusíadas, que saiu no exame nacional de Português da 2ª fase, não constar no programa.
E Geografia na 1a fase? Foram detetados vários erros, comunicados ao IAVE que insiste no erro. A equipa de supervisão engana os professores classificadores com opiniões, para ter em conta, que não fazem qualquer sentido. Há questões mal formuladas, há critérios de classificação errados, há perguntas a que os critérios de classificação não dão resposta (e querem essa resposta por parte dos alunos), há cenários de resposta que não se enquadram na pergunta, entre outros. A juntar a tudo isto, anualmente, há critérios de classificação que são mantidos no segredo dos Deuses. O IAVE nunca altera a versão de trabalho dos CC para a versão final, opta por divulgar um documento interno onde corrige alguns dos problemas detetados, noutros insiste-se no erro. Para além dos erros não deverem existir a versão final dos CC deveria conter todas as alterações para que os alunos e família possam conscientemente optar, ou não, pelo pedido de reapreciação da prova.
Os erros em questão foram comunicados nos fóruns de classificação, foi apresentada argumentação e a “equipa do IAVE” limita-se a responder: a resposta certa é a X, sem qualquer tipo de fundamentação. Foram ainda comunicados diretamente ao IAVE na avaliação que se faz do processo de classificação. O IAVE nunca reage a esta avaliação, não sei sequer se é tida em consideração. Não é dado qualquer feedback aos classificadores.
Do grupo de porofessores responsáveis pelo teste, ficava de fora um “ou dois”, para resolver o teste.
Será que ele dava pelo erro?
Se não desse pelo erro, deixava de dar aulas.
Com tanto erro é caso para perguntar quem vai examinar quem!
É bem perceptível a relutância dos professores em serem avaliados…
Não avaliem os professores não… A última vez que os avaliaram a grande maioria reprovou. Essa é que é essa…