A espécie humana é única. Desenvolveu-se, ao longo de milhões de anos, a partir dos primatas, evoluindo em características e habilidades específicas que hoje a distingue no Reino Animal. Mas o homo sapiens nem sempre esteve sozinho. Quais são as outras oito espécies de humanos que se conhecem?
Estudar a nossa origem é estudar a nossa capacidade de pensar, criar e alterar o mundo que nos rodeia.
A nossa jornada evolutiva começou há cerca de 6 milhões de anos, quando um ramo dos macacos evoluiu para se tornar a primeira espécie do género Homo.
Mudanças nas nossas pernas e pés permitiram-nos andar de pé, correr e abriu novas oportunidades para explorar, colonizar, caçar animais grandes, fazer fogueiras e construir abrigos.
Mudanças nos nossos cérebros permitiram-nos usar ferramentas mais complexas para tirar o melhor proveito possível das nossas características físicas.
Há cerca de 300 mil anos, o Homo sapiens apareceu, mas não estava sozinho: outras oito espécies Homo terão vivido em paralelo, como é detalhado pelo Big Think.
Quais são as outras oito espécies?
O Homo habilis (viveu há 2,4 milhões a 1,4 milhões de anos), pequeno, curioso e, como o nome sugere, habilidoso, dominou a arte de fazer ferramentas. As suas habilidades únicas foram extremamente importantes, por quase um milhão de anos, um período em que o mundo estava à beira de grandes mudanças.
O Homo erectus (viveu há 1,89 milhão a 110 mil anos), a espécie pioneira em caminhar completamente ereto, trouxe novidades na forma de cozinhar e tinha uma caixa craniana maior. O fogo tornou-se uma técnica muito útil para essa espécie. Transformou a comida e a dieta enriqueceu-se.
O misterioso Homo rudolfensis (viveu há 1,9 milhão a 1,8 milhão de anos) tinha um cérebro maior que o habilis, mas, até hoje, levanta muitas questões. É um dos elos menos conhecidos dessa cadeia evolutiva.
O Homo heidelbergensis (viveu há 700 mil a 200 mil anos) trouxe inovações como o domínio do fogo, a habitação em climas frios e a caça de grandes animais.
O intrigante Homo floresiensis (viveu há 100 mil a 50 mil anos), vulgarmente conhecido como Hobbit, é um exemplo de adaptação a um ambiente insular, uma “espécie miniatura” que habitou a Indonésia.
O Homo neanderthalensis (viveu há 400 mil – 40 mil anos), vulgarmente conhecido como Neandertal, é aquele que é mais conhecido e próximo de nós. Tinha cérebros grandes e habilidades muito mais complexas, como fazer roupas. Esta espécie coexistiu e cruzou-se connosco, tendo deixado marcas em alguns dos nossos corpos.
De acordo com o Big Think, os genomas dos humanos modernos incluem de 1% a 8% de DNA neandertal.
Um estudo de maio, liderado por investigadores da University College London e da Fudan University, na China, descobriu que o material genético dos neandertais herdado pelos humanos tem impacto no formato do nosso nariz.
O enigmático Homo naledi (viveu há 335 mil a 236 mil anos), descoberto no final de 2015, da África do Sul, e o polémico Homo luzonensis, (há pelo menos 67 mil anos), descoberto em 2019, ainda estão a ser alvos de estudo.
Para já, conhecem-se estes. Só são preciso mais dois para fazer uma equipa de futebol. Já temos o ‘habilidoso’, o maestro ‘erectus’ que joga sempre de cabeça levantada, os ‘grande neandertal’ para ir à baliza e o número nove somos nós.
O que distingue o humano moderno?
Todas essas espécies extinguiram-se, mas nós sobrevivemos. Por que razão?
As mudanças climáticas terão tido sido o principal responsável pelo desaparecimento das outras espécies – que não se souberam adaptar.
Além disso, as guerras por espaço e alimento – nomeadamente com os neandertais – também podem ter contribuído para a extinção daqueles que coexistiram com o homo sapiens.
A sobrevivência de nossa espécie, tão única e tão complexa, depende de como agimos hoje, conscientes do nosso passado, do nosso potencial, mas também das nossas fragilidades.