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Há uma “maior transmissão da doença” em Portugal, admite Marta Temido

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António Cotrim / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta quarta-feira, na habitual conferência de imprensa, que há, neste momento, uma “maior transmissão” da covid-19 em Portugal, revelando ainda que a região Norte é a mais afetada.

Portugal regista 177 surtos ativos de covid-19, 86 dos quais no Norte, revelou a ministra da Saúde, Marta Temido, referindo que a “maior atenção” incide agora nesta região, devido aos casos surgidos nos últimos dias.

Os restantes surtos dividem-se da seguinte forma: nove no centro, 61 na Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), nove no Alentejo e 12 no Algarve.

Durante a habitual conferência de imprensa, em Lisboa, destinada a atualizar a informação relativa à situação da pandemia em Portugal, a ministra assinalou que passam esta quarta-feira seis meses sobre o registo dos primeiros dois casos no país.

A taxa de incidência a sete dias é agora de 22,9 novos casos por 100.000 habitantes e a 14 dias é de 38,2 novos casos por 100.000 habitantes, taxas que registam “uma tendência crescente”, assumiu Marta Temido. De acordo com os números que divulgou, também o índice de transmissibilidade (RT) apurado entre 24 e 28 de agosto registou “uma tendência ligeiramente crescente”. Este índice tem estado acima de 1 é agora de 1,16, disse.

Questionada sobre o aumento de novos casos de covid-19 nos últimos dias, Marta Temido admitiu que se registou uma “maior transmissão da doença” em Portugal.

“Os números da nossa situação epidémica estão a subir. Estão a subir desde há uma semana e situam-se agora nos cerca de 340 casos novos diários. Esta é uma realidade que, oito dias volvidos sobre o momento em que constatámos que havia um aumento e em que nos questionámos se seria um aumento devido a um atraso na notificação dos surtos ou eventualmente o efeito de um maior contágio, acho que temos aqui uma semana que nos leva a constatar uma maior transmissão da doença”, afirmou a ministra da Saúde.

Marta Temido notou, no entanto, que muitas das novas infeções estão relacionadas “com surtos relativamente bem identificados, concretamente na região onde têm crescido mais”.

SNS mais bem preparado

Ao fazer um breve balanço dos últimos seis meses, destacou que o Serviço Nacional de Saúde garantiu resposta às necessidades de assistência de todos os residentes em Portugal. “Hoje estamos mais preparados para enfrentar um eventual recrudescimento da pandemia. Temos mais recursos, mais organização e mais experiência”, frisou.

Marta Temido sublinhou também que, como toda a Europa, Portugal enfrenta “um contexto complexo”, com o regresso às aulas, a gripe sazonal e o habitual acréscimo de mortalidade nos meses de inverno, sobretudo na população mais idosa.

Enquanto não houver uma vacina ou tratamento eficaz, advertiu, a responsabilidade na prevenção dos contágios continua a ser de todos dos cidadãos. “Vale a pena garantir um nível de prevenção elevado, envolvendo toda a sociedade”, reiterou.

A ministra da Saúde anunciou ainda nesta quarta-feira que foram publicados os concursos para a contratação de 950 novos médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Estão hoje publicados em Diário da República os concursos para mais 911 médicos da área hospitalar e 39 médicos da área de saúde pública. Um total 950 postos de trabalho para profissionais médicos no SNS”, disse Marta Temido, na conferência de imprensa de atualização da situação da pandemia de covid-19 em Portugal.

Portugal regista mais três mortos e 390 novos casos de infeção por covid-19, em relação a terça-feira, segundo o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até esta quarta-feira registam-se 58.633 casos de infeção confirmados e 1.827 mortes.

Os dados da DGS indicam que as três vítimas mortais foram registadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, que contabiliza 30.208 casos (mais 168) e 671 mortos.

ZAP // Lusa

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