Aliança Democrática de volta. Há coligação entre PSD, CDS e independentes sem a IL

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José Sena Goulão / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro.

Aliança Democrática vai contar com “personalidades independentes” e atacar não só as legislativas, mas também as europeias, as autárquicas e os Açores. CDS terá direito a três deputados na AR, talvez quatro. PPM não quis entrar.

É oficial. Há acordo para coligação pré-eleitoral entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social – Partido Popular (CDS-PP), que assim se preparam para enfrentar de mãos dadas as próximas eleições legislativas e europeias.

Os presidentes do PSD e do CDS-PP, Luís Montenegro e Nuno Melo, devem oficializar em breve o acordo que vinha a ser negociado há algumas semanas e vão propor aos órgãos nacionais dos seus partidos uma coligação pré-eleitoral, chamada Aliança Democrática, para as legislativas de janeiro e as europeias de junho, que incluirá também “personalidades independentes”.

“Os presidentes do Partido Social Democrata e do CDS-Partido Popular acordaram hoje propor aos órgãos nacionais dos respetivos partidos a celebração de um acordo político para a formação da Aliança Democrática, uma coligação pré-eleitoral com o horizonte do atual ciclo político, abrangendo as eleições legislativas e europeias de 2024”, refere um comunicado conjunto dos dois partidos emitido esta quinta-feira.

Na nota à imprensa, intitulado “Constituição da Aliança Democrática”, refere-se que “a Aliança Democrática é composta pelos dois partidos, PPD/PSD e CDS-PP, e um conjunto de personalidades independentes”.

Os termos do acordo ainda não são totalmente claros, mas o CDS terá direito a ter três deputados na Assembleia da República e possivelmente um quarto, dependendo do resultado da coligação nas legislativas de 10 de março de 2024, segundo o Observador.

Em relação às listas, ainda não é certo que Luís Montenegro surja em primeiro lugar e Nuno Melo em segundo. Uma fonte do PSD conta à SIC Notícias que pode haver listas diferentes — nada está fechado.

A nova Aliança propõe “oferecer aos portugueses” uma efetiva mudança política e de políticas (…) com muito mais ambição, para elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses”.

Uma “coragem reformista que fomente a competitividade das empresas” também é prometida pela Aliança, que no contexto de eleições autárquicas está “em sintonia com os compromissos regionais para as eleições nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores de 2023 e 2024, respetivamente, e com os entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025”, isto é, os partidos envolvidos não concorrerão obrigatoriamente juntos em todos os concelhos.

A nova Aliança procura ainda valorizar uma das prioridades do CDS, o “mundo rural”, e assegurar a “saúde, educação e habitação acessíveis e com qualidade” a todos os portugueses.

“Líderes fracos”. PPM e IL de fora

A Aliança Democrática, assim denominada em referência à antiga coligação formada em 1979 pelo PSD, CDS e Partido Popular Monárquico (PPM) — embora desta vez, o PPM não esteja incluído por ter rejeitado o convite. Considera Melo e Montenegro “líderes fracos” e que “não têm visão do que se está a passar no país”, confessa o líder do PPM Gonçalo da Câmara Pereira ao Público.

E também de fora está a Iniciativa Liberal (IL), que vai sozinha a eleições porque “há um país que está à espera” dos liberais, disse Rui Rocha.

Sem comentar diretamente as notícias vizinhas da coligação, o líder liberal defendeu que a IL vai apresentar “as nossas ideias, os nossos candidatos, as nossas listas porque há um país que está à espera da Iniciativa Liberal” — o partido tem “uma enorme responsabilidade” e vai dizer “presente a este país que espera por soluções liberais”.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Dantes ainda era o partido do táxi, os deputados cabiam todos num … agora nem representatividade parlamentar têm .. fazer acordos destes deve ser mesmo o desespero que os alimenta … acho que muitos ainda se lembram do “irrevogável ” que de um momento pro outro se transformou em Vice primeiro ministro…
    Está um moribundo e tentar salvar-se com um afogado ….

  2. Vale tudo na tentativa de ludibriar os Tugas…. Qual a lógica de existir dois partidos se ambos comungam da mesma ideologia.. Os nossos fracos políticos ainda não perceberam que grande parte da população portuguesa fruto de maiores e melhores conhecimentos, deixaram de ver os partidos como um clube de futebol em que se é sócio até até ao fim da vida.

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